O Tribunal Superior do Trabalho (TST) concedeu prazo até esta quinta-feira (20) às 14h para que a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect) e a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) cheguem a um acordo a respeito da greve da categoria, que já dura uma semana. Não houve consenso na audiência de conciliação hoje no TST. Diante disso, o ministro Milton de Moura França, vice-presidente do TST, determinou que as partes retomem as negociações e resolvam o assunto. Caso isso não ocorra, o caso vai a julgamento pelo Tribunal. Ele também estabeleceu que a federação de funcionários entregue até amanhã sua defesa a respeito da ação contra a greve, impetrada ontem pela direção dos Correios.
Representantes da comissão de negociações da Fentect e da estatal fazem nova reunião hoje para negociar. Segundo José Rivaldo da Silva, um dos integrantes da comissão de negociação e presidente do Sindicato dos Funcionários dos Correios em São Paulo, a tendência é que se chegue a um acordo. De acordo com ele, a empresa ofereceu um aumento linear de R$ 60 à toda a categoria em uma única parcela em janeiro de 2008, benefício que se somaria aos 3,74% de reajuste imediato e mais abono salarial de R$ 500.
O único entrave, segundo o sindicalista, é a questão dos dias parados. A empresa estaria exigindo que os funcionários que aderiram à greve compensem todas as horas de trabalho perdidas. Já a comissão de negociações quer estabelecer apenas o compromisso de normalizar os serviços dos Correios até o próximo sábado, sem repor as horas perdidas. Ainda assim, a expectativa de Silva é que um acordo seja fechado e que a comissão de negociações recomende que os trabalhadores voltem ao trabalho.
Segundo a assessoria de imprensa dos Correios, há 18 milhões de objetos parados nas agências brasileiras em razão da greve. Entretanto, a empresa ressalta que este número é pequeno, já que foi efetuada a entrega de 120 milhões de objetos desde o início da paralisação. Cerca de três mil funcionários terceirizados em todo o País estão suprindo a necessidade de mão de obra em função da paralisação.