São Paulo
– O economista José Alexandre Scheinkman, da Universidade Princeton, considera que a aprovação de reformas estruturais, como a previdenciária e a tributária, é mais importante para o novo governo do que o aumento do superávit primário (receitas menos despesas, excluído o pagamento de juros). ??Todo novo governo tem uma fase de lua de mel, que tem de aproveitar para passar no Congresso reformas importantes”, disse o economista, que participou ontem, no Rio, do seminário ??Reavaliação do Risco Brasil”, promovido pela FGV (Fundação Getúlio Vargas).No seminário, o economista Paulo Leme, diretor-gerente da corretora Goldman Sachs, disse que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva deve aumentar a meta de superávit primário em 2003 dos atuais 3,75% do PIB (Produto Interno Bruto), previstos no acordo com o FMI, para 5%. Na avaliação de Leme, o aumento do superávit precisa ser explicitado ainda em novembro, na reunião da equipe de transição com a missão do FMI que chega ao Brasil no próximo dia 11. Ele disse que todo o superávit adicional deve ser obtido com corte de gastos, mas admitiu que a cobrança de contribuição previdenciária dos inativos do setor público, pode ser uma das alternativas para alcançar o ajuste. Para Leme, o maior superávit não é incompatível com o programa de combate à fome anunciado por Lula.