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Rio – De vez em quando, o economista Armando Gomes Filho, de 55 anos, se belisca para ter certeza de que está vivo. No início de novembro, ele deu entrada no pedido de aposentadoria por tempo de serviço na agência do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) do Cosme Velho, na zona sul do Rio. Preencheu o formulário, entregou toda a documentação: RG, CPF, Carteira de Trabalho, pegou o protocolo. Qual não foi sua surpresa quando, na semana passada, recebeu a resposta a seu pedido. Ele não tinha direito ao benefício, pois, para o cadastro da Previdência, ele estava morto desde o dia 4 de agosto

"Deu um vazio no peito, um friozinho no estômago", contou Gomes Filho sobre o que sentiu ao receber a notícia de sua morte. "Já estive lá, levei todos os documentos, não sei mais o que posso fazer para provar que estou vivo", disse. Servidor da Prefeitura do Rio desde 1986, empregado na iniciativa privada desde 1969, Gomes Filho teve de diminuir o ritmo de trabalho há dois anos, quando teve problemas cardíacos. Precisa do dinheiro do INSS para complementar sua renda. Mas ouviu do gerente do posto no Cosme Velho que teria de esperar de 45 a 60 dias para que o erro fosse sanado. "Fiquei indignado porque eu estava ali, em carne e osso, provando que tinham errado, não entendo o porquê dessa demora."

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