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‘É preciso desenvolver o método de acordo com o aluno’, diz ex-reitora do MIT

Christine Ortiz anunciou em 2016 que sairia da reitoria de pós-graduação do Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos, para desenvolver o que chamou de “universidade do futuro”. Na época, afirmava que criaria um instituto sem departamentos, evitando “caixas artificiais de conhecimento”. Agora essa universidade, a Station 1, está com a 1.ª turma de alunos. E Christine esteve na capital paulista na sexta-feira, 10, para um seminário do sindicato das faculdades particulares de São Paulo (Semesp).

O que te levou a deixar a reitoria do MIT?

Meu principal ímpeto foi criar uma instituição que pudesse dar acesso e prover a mais estudantes a oportunidade de estudar além da fronteira criada para o ensino de tecnologia, ciências e engenharia.

De onde veio a ideia para essa nova metodologia?

Durante um ano sabático, visitei mais de 250 instituições de ensino ao redor do mundo e trabalhei, com outros colegas, para criar um novo currículo de Pedagogia para o ensino superior. Basicamente descobrimos que o mais importante no ensino era pesquisa, a capacidade do estudante de chegar às próprias conclusões e descobertas. Por isso, decidimos integrar uma variedade de campos de conhecimento no processo de ensino. História, ciência, tecnologia, sociologia, artes, design. Todos esses campos podem ser fundidos, cada um com suas características e contribuições, para um melhor entendimento do mundo.

Sem aulas, como é a estrutura da Station 1?

O centro do nosso projeto é a pesquisa. Ainda estamos, e a ideia é nunca parar, de desenvolver novos métodos de ensino de acordo com a necessidade de cada projeto e aluno. É aprendizagem ativa. Desenhamos como vamos ensinar com base no que queremos ensinar, com base no que os alunos querem aprender.

E funciona em larga escala?

Pode funcionar. Temos milhões de alunos nos Estados Unidos e no mundo que demandam uma variedade de abordagens de ensino e basicamente usamos só uma, a que achamos ser a transferência de conhecimento do professor para os alunos.

No Brasil, a evasão no ensino superior é alta. Isso ocorre por uma metodologia de ensino pouco conectada com a realidade?

Temos o mesmo problema nos Estados Unidos. Fatores diferentes explicam essa consequência em cada país, mas, em geral, a abordagem de ensino e a relação do professor com o aluno são fatores que contribuem para o fenômeno. A geração atual de alunos no ensino superior quer que a sua aprendizagem e seu trabalho tenham impactos na sociedade, querem fazer algo significativo. A missão das instituições de ensino é responder a esses anseios. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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