“É leviandade e jogo rasteiro o que fazem”

  Ricardo Stuckert / PR
Ricardo Stuckert / PR

Lula: "Vocês devem aprender a votar,
para que isto não ocorra novamente. Temos que escolher melhor".

São Paulo – Um dia depois de um ex-assessor de Antônio Palocci na prefeitura de Ribeirão Preto acusar o ministro da Fazenda de participar de um esquema de corrupção para favorecer o PT quando era prefeito, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva condenou o que chamou de "leviandade e jogo rasteiro" e afirmou que "a verdade vencerá".

Sem citar nomes e sem fazer referência direta à crise política, o presidente proferiu um discurso de cerca de 20 minutos, durante a inauguração de um projeto social na periferia de São Paulo. Mais uma vez, Lula fez referência na sua fala à sua mãe. "Saio daqui com a consciência tranqüila. Sei da leviandade e do jogo rasteiro que estão fazendo, mas aprendi com uma analfabeta que morreu com 64 anos que sempre me disse ‘não perca nunca a esperança, ande de cabeça erguida porque a verdade vencerá’. E sei que a verdade vencerá neste país. Não sei quantos brasileiros ou brasileiras podem botar a cabeça no travesseiro e dormir o sono dos justos. Eu falo por mim. Eu durmo um sono de um homem que sabe o que o país quer, que sabe o que o nosso povo deseja. Nós vamos cumprir aquilo que nós nos comprometemos a cumprir entre um governo e o povo brasileiro, e deste povo brasileiro é o mais pobre quem mais precisa do governo nesse momento histórico", afirmou Lula.

O presidente disse ainda que o governo está preocupado em governar para todos, mas que foca as principais ações naqueles "que têm menos" e que, segundo ele, precisam de um nível de vida melhor. "O Brasil tem 186 milhões de brasileiros. Tem gente que pode mais, tem gente que pode menos e a gente precisa governar para quem pode menos, para as pessoas mais pobres do país, para poder elevar o nível de vida dessas pessoas", disse.

Lula participou da inauguração de um projeto social para a fabricação de bolas e outros produtos por moradores carentes em Cidade Tiradentes, na periferia de São Paulo.

Queixas

Na noite de anteontem, Lula não fez discursos, mas conversas informais com pequenos grupos de empresários. Esse foi o seu comportamento em jantar realizado em homenagem à nova diretoria do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi). Lula mostrou-se otimista com o País, mas não deixou de queixar-se da atitude de promotores, "que revelam depoimentos de algumas pessoas, sem que se tenha a prova ainda, para aparecer na mídia".

Lula se referia ao promotor Sebastião Sérgio da Silveira, que interrompeu o depoimento do advogado Rogério Tadeu Buratti (ex-assessor de Antônio Palocci) ontem em Ribeirão Preto para dar entrevistas citando a menção do nome do ministro em suposto esquema de corrupção quando este ainda era prefeito na cidade do interior paulista. "Tiram um preso condenado da cadeia, para que venha depor e fazer denúncias absurdas, sem provas", reclamou Lula. Segundo Lula é um absurdo o que "estão fazendo" com o ministro Palocci. "Uma sacanagem. Não vou exonerar o ministro. Vou continuar com a política econômica, que está dando certo. Todo mês temos superávit", lembrou.

Na relação de queixas sobre o denuncismo, Lula teria criticado ainda o comportamento de alguns parlamentares, sem citar nomes. E aconselhou os empresários: "Vocês devem aprender a votar, para que isto não ocorra novamente. Temos que escolher melhor", disse.

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