Brasília – Numa operação batizada “Catuaba”, a Polícia Federal prendeu ontem 25 pessoas acusadas de envolvimento em um esquema de suborno de servidores públicos e sonegação fiscal. Outros 60 supostos integrantes da organização, acusada de dar um prejuízo de R$ 25 milhões por ano aos cofres públicos, estão sendo procurados. A operação é da Receita Federal e do Ministério Público Federal e cumpre 83 mandados de prisão temporária e de busca e apreensão em nove estados (Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Goiás).
Essa é a quinta grande operação com a participação da PF apenas no mês de novembro: já foram realizadas a Pororoca, que prendeu 28 empresários e políticos acusados de montar uma quadrilha para fraudar licitações de grandes obras no Amapá; a Capela, que resultou na apreensão, em São Paulo, no escritório do chinês Law Kim Chong (tido como maior contrabandista do Brasil), de esmeraldas avaliadas em R$ 6 milhões; a Poeira no Asfalto, que prendeu 36 pessoas, entre elas 21 policiais rodoviários federais envolvidos com a máfia dos combustíveis no Estado do Rio e no Paraná; e a Midas, realizada em cinco estados, que causou a prisão de nove suspeitos de envolvimento em esquema de corrupção que beneficiava empresas devedoras do INSS.
A Operação Catuaba caça sonegadores do setor de bebidas no Nordeste e todos os mandados de prisão foram expedidos pela 4.ª Vara da Justiça Federal em Campina Grande (PB). Ao todo, são operações em 32 municípios, com 300 policiais federais e 50 auditores da Receita Federal. Entre os presos está Daniel dos Santos Moreira, dono da engarrafadora Coroa, fábrica da Catuaba, uma das bebidas mais populares do País. Com Daniel e familiares dele, a PF apreendeu um Jaguar, dois Mercedes e um avião Carajá.