Rio (AE) – Os investigadores do roubo das armas do Estabelecimento Central de Transporte (ECT) do Exército esperam que o material apreendido na segunda-feira na casa de um suspeito do crime possa levá-los aos demais integrantes do bando invasor. Os dois ex-militares já presos, o ex-cabo Joelson Basílio da Silva e o ex-soldado Carlos Leandro de Souza, foram transferidos ontem do 1.º Batalhão de Polícia do Exército para uma cela comum da Polinter, mas foram mantidos no quartel.
Os dois temem represálias na cadeia. Nos depoimentos que prestaram, confessaram ter entrado no ECT e roubado os dez fuzis e a pistola. Mas nenhum disse os nomes dos traficantes com quem tiveram contato. ?Eles estão com muito medo de ser assassinados, apesar de não terem delatado ninguém até agora?, afirmou o promotor do Ministério Público Militar (MPM) Antônio Carlos Facuri, que acompanha o caso.
Na terça-feira, cadernos, documentos, fotos e telefones celulares foram apreendidos na casa de um homem que seria primo de Souza, na favela do Dique, na zona norte do Rio, onde o ex-soldado também mora. Segundo o promotor, o endereço foi obtido pelo setor de inteligência da Polícia Civil do Rio, não durante o depoimento do ex-soldado.
As anotações nos cadernos podem ajudar os investigadores a chegar às pessoas envolvidas no crime ainda em liberdade. Também serão analisadas as contas dos telefones. O delegado Cláudio Góis, diretor da Polinter, disse que não seria possível colocar os presos sozinhos numa cela, dado o problema da superlotação. Góis afirmou, no entanto, que será feito o possível para proteger a integridade física deles, assim como a de todos os detentos.
