Salvador – A paixão pelas brigas de galo está complicando cada vez mais, junto à Justiça, a situação do publicitário Duda Mendonça, responsável pela campanha de eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu amigo pessoal. Depois de ter sido preso numa rinha de galos no ano passado, no Rio de Janeiro, ele deve ser denunciado hoje, ao Juizado Especial do Crimes contra o Meio Ambiente da Bahia, pela Procuradoria do Meio Ambiente de Salvador, por crime ambiental, devido às suas ligações com o Clube do Galo da capital baiana. Caso seja condenado, pode pegar uma pena de 3 meses a um ano de prisão.
O Ministério Público comprovou o envolvimento de Duda após a prisão em flagrante num restaurante da orla marítima de Salvador, de seis pessoas, em maio, numa rinha do Clube do Galo ?estourada? numa operação do MP e Polícia Militar. Um dos detidos, Reginaldo Prata Rocha, responsável pela rinha, declarou no inquérito aberto para apurar o caso que ?vendeu e vende galos de briga? para Duda. Além disso, informou que o ?amigo? mantém oito tratadores para cuidar dos seus animais. Duda também foi citado como colaborador e benemérito da Associação Baiana de Criadores e Preservação dos Galos das Raças Combatentes da Bahia (ABGC), cuja sede funciona, estranhamente, no escritório de advocacia que representa a entidade.
Convocado para esclarecer suas ligações com a briga de galos, o publicitário não compareceu segunda-feira à audiência marcada pela Promotoria do Meio Ambiente.
O promotor Heron Santana um dos que cuidam do caso, esclareceu que a briga de galo é crime ambiental tipificado no Artigo 32 da Lei Federal 9.605/98, que trata dos delitos contra a natureza e pune as pessoas que expõem animais a maus-tratos, legislação confirmada pelo Supremo Tribunal de Justiça. Ele lamentou o envolvimento de uma pessoa ligada ao presidente da República nessa atividade.
?Depois da sua prisão do Rio de Janeiro, o senhor Duda Mendonça deveria pedir desculpas e se afastar das rinhas de galo, mas isso não ocorreu?, comentou Santana.