São Paulo – O caso de amor entre o PT e o publicitário Duda Mendonça está perto do fim. Dirigentes do partido defendem o rompimento com o publicitário por considerarem Duda muito caro, além das suspeitas de favorecimento no esquema de Marcos Valério. O secretário de Comunicação do PT, Humberto Costa, foi incumbido de procurar um publicitário para criar as inserções de TV que irão ao ar em agosto. O único elo entre Duda e o PT hoje é o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com quem o baiano desenvolveu relação de amizade e confiança ao longo dos últimos três anos.
"O PT não pode assumir contratos com grandes marqueteiros porque envolve quantias que não podemos pagar. Podemos buscar outros nomes sem gastarmos o que se gastou", disse o secretário de mobilização do PT, Francisco Campos.
A opinião de Campos é corroborada por outros dirigentes. Segundo ele, a cúpula partidária ficou irritada diante da denúncia de que Duda teria sido beneficiário de R$ 15 milhões das contas de Marcos Valério. Em nota divulgada sexta-feira, Duda nega que tenha recebido o dinheiro e acusa Valério de tentar usar seu nome para desviar o foco das investigações. A explicação não mudou a disposição do PT em dispensar seus serviços.
"Pagar R$ 15 milhões não dá. Nem nós sabíamos que era tanto dinheiro. Se houver algum contrato com o Duda, o PT deve romper e estabelecer outro padrão", disse Campos. Depois da eleição de Lula, em 2002, Duda Mendonça foi contratado para criar a propaganda institucional do PT e fez diversas campanhas para candidatos do partido na eleição de 2004. Segundo Campos, o PT deve procurar publicitários mais baratos para as campanhas estaduais de 2006, devido à falta de dinheiro.
