Especialistas sugerem que gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros devem receber um atendimento diferenciado dos heterossexuais no tratamento do abuso de drogas. O tema, que ainda é pouco debatido no Brasil, foi discutido hoje no 12º Simpósio Internacional sobre Tratamento de Tabagismo, Álcool e Drogas, que termina amanhã no Rio.

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Segundo a presidente do simpósio, Analice Gigliotti, no País ainda não existem ofertas de atendimento específicas para esse público. Mas ela considera importante discutir sobre o tema. “É uma população que, pela própria opção sexual, têm maior propensão ao uso e abuso de drogas”, disse ela, acrescentando que o preconceito é um fator que aumenta a angústia. “Sempre digo que se fosse uma escolha, ninguém seria homossexual. É muito mais difícil”, afirma.

O especialista norte-americano Petros Levounis, do Instituto de Adicção de Nova York, que veio ao congresso para participar da mesa sobre o tema, disse que gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros têm um perfil de usuário diferente dos homossexuais. “Os gays usam mais drogas sintéticas, e as lésbicas fumam mais maconha”.

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Segundo ele, no instituto onde trabalha, foi criado um grupo de terapia apenas para homossexuais. “O psiquiatra tem que ter mais habilidade para lidar com eles. Além da questão da droga, a opção sexual e a discriminação são temas centrais da terapia”.

A experiência, afirma ele, mostra que essas minorias não se sentem confortáveis quando estão em um grupo com heterossexuais. “Eles se sentem julgados, principalmente os travestis, e o essencial da terapia cognitivo-comportamental é o paciente se sentir acolhido em um grupo”, concluiu.

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