Às 19 horas deste domingo, 1º, a fila para cumprimentar o agora prefeito João Doria ainda tomava parte das escadarias do Teatro Municipal. Tanto o tucano como seus convidados tentavam aguentar o calor no interior do espaço, que não tem ar-condicionado.

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À base de copos de água – o único agrado oferecido pela nova administração, que se negou a oferecer alimentos na festa para dar exemplo de austeridade – , e muitos lenços de papel para enxugar o suor, Doria distribuiu abraços, beijos e selfies a uma legião de fãs. Se portou, como em vários momentos da campanha que o levou até a posse, como uma celebridade. Mas, diferentemente dos encontros do Lide (sua empresa de eventos, que promove seminários entre empresários e políticos), poucos famosos do mundo político ou do meio empresarial e artístico foram prestigiar o prefeito. Estavam lá, no entanto, os atores Victor Fasano e Mylla Christie, o arquiteto Ruy Ohtake, a dermatologista Ligia Kogos, o padre Antonio Maria e o ex-presidente do Secovi, Claudio Bernardes, que fará parte de seu governo como conselheiro, foram alguns dos conhecidos no teatro.

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A falta de um coquetel para a cerimônia de posse de Doria não quis dizer, entretanto, que a cerimônia foi simples. Ao entrar no Municipal, o prefeito foi recebido por trombetas tocadas por guardas-civis municipais, vestindo uniformes de gala. Um tapete azul estava estendido à sua espera.

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O municipal estava cercado com grades. Fora delas, havia desde taxistas ainda gritando contra o agora ex-prefeito, Fernando Haddad (PT) a gente que também gritava contra Doria e seus aliados políticos. Mas nada que chegasse a preocupar os seguranças.

Dentro do teatro, Doria e Haddad foram só cordialidades. Ao lado da mulher, Ana Estela, de vestido vermelho vivo, a cor do PT, Haddad estava com um terno cinza e gravata azul – adereço que ganhou de presente justamente de Doria, há duas semanas. “Só não digo que é minha gravata mais bonita porque senão paro de receber gravatas de presente. Mas é uma das mais bonitas”, disse Haddad.

A cerimônia teve dois discursos de Doria. Um na presença de Haddad, que terminou quando ambos assinaram o termo de transmissão de posse, e outro após o ex-prefeito, Ana Estela e a ex-vice-prefeita, Nadia Campeão, deixarem o palco. A troca de gentileza entre os dois políticos, entretanto, não foi sentida na plateia. Ao sair do palco, Haddad teve de ouvir “tchau, querido”, gritado por alguém da plateia.

Já o novo prefeito fez o que faz de melhor: conduziu o espetáculo. Fez Haddad posar para fotos com ele, quebrou o script para parabenizar o maestro João Carlos Martins, que a pedido de Doria tocou o Tema da Vitória (aquele de Ayrton Senna) e até reposicionou as bandeiras do município, do Estado e do Brasil a seu gosto no palco, durante a música.

Outro hábito que manteve na cerimônia foi fazer contatos. Quem venceu a longa fila que se formou ao lado do prefeito – cumprimentá-lo foi um esforço que pôde demorar duas horas – teve a chance de conversar instantes com Doria e, não raro, trocar cartões com o novo prefeito, que também ouviu pedidos de eleitores e, claro, repetiu inúmeras vezes o gesto do acelera.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.