O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou neste sábado, que vai retirar todos os grafites na área conhecida como “Arcos do Jânio” e também limitar as obras expostas na Avenida 23 de Maio, na zona sul da capital paulista, onde participou da terceira ação do Cidade Linda, programa de zeladoria da gestão. Desta vez, o prefeito deixou a vassoura de lado e se vestiu de operador de motocompressor.

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Doria trocou o uniforme verde de gari, usado nos dois atos anteriores, pelo laranja. Com o motocompressor, óculos de proteção, máscara e avental, apagou pichações de uma mureta da 23 de Maio. “Pintei com enorme prazer três vezes mais a área que estava prevista para pintar exatamente para dar a demonstração de apoio à cidade e repúdio aos pichadores”, disse. Ao fim, o sapato Osklen ficou todo salpicado de tinta.

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Apesar de reconhecer “grafiteiros e muralistas” como artistas, o prefeito afirmou que vai limitar as obras espalhadas pela 23 de Maio. “Os grafites serão mantidos em oito espaços já definidos previamente pela Secretaria de Cultura. Os demais, que já estão envelhecidos ou infelizmente foram mutilados por pichadores, serão pintados.”

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Questionado sobre os Arcos do Jânio, Doria afirmou que vai retirar o mural pintado no espaço. “Ali tem um projeto que vai ser feito, mas não haverá mais grafite”, disse. Em 2015, uma pintura do artista plástico Rafael Hayashi causou polêmica e acabou alvo de pichações. Opositores acusaram a obra de homenagear o ex-presidente venezuelano Hugo Chávez. À época, o artista disse que queria retratar um africano – e não um político.

Doria também voltou a falar no “grafitódromo”, espaço que quer reservar para paineis e murais na cidade, mas não informou em que região vai ser instalado. Segundo o prefeito, a área terá lojas de itens licenciados para viabilizar o negócio e será inspirada em “um bairro de Miami Beach”.

Durante o ato, o prefeito pediu para os moradores de São Paulo filmarem, fotografarem e denunciarem pichadores. “Se preferirem continuar pichando a cidade, terão o rigor da lei. É tolerância zero”, disse. Segundo a Lei de Crimes Ambientais , a pena prevista para quem pichar um monumento urbano varia de três meses a um ano, além de multa.