Na última quinta-feira, o vendedor de um terreno vazio da Rua da Mooca, notificado pela Prefeitura em setembro, disse que conhece a nova lei, mas espera fazer negócio direto com alguma incorporadora ou construtora de imóveis de alto padrão. “A região tem imóveis de alto padrão bem ao lado do terreno”, argumentou. O terreno, com frente para duas ruas, segundo o vendedor, é ponto valorizado e deve seguir a tendência dos imóveis na área, ou seja, habitação de padrão elevado.

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No centro, outro imóvel que foi notificado por “descumprimento da função social da propriedade” tem cerca de 70 apartamentos. Depois da ação da Prefeitura, no ano passado, o prédio foi reformado e está em processo de venda das unidades. Ainda na quinta-feira, o síndico do prédio, David Leite Rosa, disse que o edifício foi comprado pela incorporadora HM Engenharia e reformado no Retrofit (Lei do Retrofit), que também é de Police Neto.

Com unidades que variam de 27 metros quadrados a 102 metros quadrados, o imóvel está sendo devolvido ao mercado com apartamentos de cerca de 40 metros quadrados, avaliados em cerca de R$ 250 mil, pela imobiliária Home Invest. A lista da Prefeitura tem imóveis com até 200 apartamentos, como o prédio da Rua Rego Freitas, esquina com Consolação, na lista dos notificados desde junho de 2015, e outro na Avenida Ipiranga, com cerca de 60 apartamentos.

Lista

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Na Mooca, onde há galpões e prédios abandonados em diversas áreas, só em uma rua, a Borges de Figueiredo, 13 imóveis estão na lista para eventual construção de habitação social. São terrenos com notificação desde dezembro. Os imóveis estão do lado par da via, a partir do número 1.098, cuja fachada tem a placa de “aluga-se”.

De acordo com o advogado Aldo Bonametti, representante do dono do imóvel 1.098, os proprietários compraram recentemente a área e não têm interesse na Lei do Consórcio. “Já respondemos à Prefeitura, o imóvel está regularizado e disponível para locação”, afirmou o administrador na sexta-feira.

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