Depois de 13 anos à frente da Arquidiocese de Aparecida, no interior de São Paulo, dom Raymundo Damasceno Assis despediu-se do trabalho nesta sexta-feira, 13. Em sua última missa no Santuário Nacional de Aparecida, o cardeal recebeu 15 mil pessoas, entre os fiéis, seus familiares, amigos e autoridades. O clima festivo, porém, discreto, foi um pedido de Damasceno para que pudesse receber seus convidados.

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Na celebração em Ação de Graças, o cardeal lembrou dos momentos mais marcantes de sua vida em Aparecida. “Muitas recordações passam pela minha memória e pelo meu coração”, disse, abrindo um discurso de 21 minutos, em sua grande parte, de agradecimento.

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Damasceno classificou como “momentos memoráveis” e “de gratidão” a visita de dois papas, de Bento XVI em 2007 e de Francisco em 2013. Lembrou ainda que foi uma conquista a transferência das assembleias anuais da CNBB para Aparecida, desde 2011. O cardeal agradeceu também ao papa Francisco por tê-lo deixado abrir as comemorações dos 300 Anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida nas águas do Rio Paraíba do Sul.

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Tradicionalmente as missas no Santuário Nacional tem duração de uma hora, nesta sexta-feira a sua despedida se estendeu com discursos e homenagens por duas horas. Dom Damasceno não conseguiu segurar a emoção e permaneceu com os olhos marejados até o fim da missa festiva.

Às vésperas de completar 80 anos, no próximo mês, dom Damasceno perderá o direito como eleitor no conclave do Vaticano, mas seguirá como missionário em Brasília, local deixado por ele quando assumiu a missão de Aparecida em 2004. Poderá ainda atuar em algumas funções da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), entidade que presidiu de 2007 a 2011.

A transição do posto para dom Orlando Brandes durou dois meses e será efetivada no próximo dia 21, quando então assume oficialmente o lugar deixado por Damasceno. Brandes deixou a Arquidiocese de Londrina, no Paraná, para assumir Aparecida.

O pedido de renúncia de dom Raymundo Damasceno Assis foi apresentado ao Vaticano em 2012 e somente foi aceito pelo Papa Francisco em novembro do ano passado. De acordo com o Direito Canônico, bispos ao completarem 75 anos devem entrar com o pedido de renúncia, sendo 80 anos o limite para ser membro eleitor do conclave.