Uma operação do Ministério Público Estadual (MPE) pôs na cadeia na quarta-feira (30) dois investigadores acusados de montar um esquema criminoso de escutas telefônicas para extorquir dinheiro de integrantes da cúpula da facção Primeiro Comando da Capital (PCC). Os policiais são acusados de extorsão em pelo menos três ocasiões. Em uma delas, o descumprimento do acerto de pagamento levou aos ataques contra o DP de Suzano, na Grande São Paulo, um mês antes da primeira onda de atentados promovida pelo PCC, em 2006.

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No caso de maior repercussão, os policias Augusto Pena e José Roberto Araújo são acusados de ter seqüestrado, em meados de 2005, o estudante R.O. e de tê-lo mantido em cativeiro na Delegacia de Suzano, até o pagamento de resgate de R$ 300 mil. O rapaz é enteado de Marco Camacho, o Marcola, líder do PCC.

Suspeitos do crime, os investigadores foram afastados das ruas, mas acabaram reintegrados ao trabalho operacional em 11 de janeiro de 2007. Segundo depoimento ao MPE do delegado Nelson Silveira Guimarães, então integrante da cúpula da Polícia Civil, a ordem a favor dos dois suspeitos foi dada por telefone pelo secretário-adjunto de Estado da Segurança Pública, Lauro Malheiros Neto, que nega ter interferido no caso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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