Em cinco anos, mais que dobrou o número de estrangeiros aprovados no único exame de certificação que mede a proficiência em língua portuguesa, o Celpe-Bras. De 2007 a 2012, o número de candidatos certificados saltou de cerca de 3 mil para mais de 6,6 mil. A maioria deles faz o exame para cumprir a exigência de ingresso nos cursos nacionais de graduação e pós-graduação e também para trabalhar no País.

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Reconhecido pelo governo brasileiro, a primeira aplicação do Celpe-Bras foi feita pelo Ministério da Educação (MEC) em 1998. Mas, desde o segundo semestre de 2009, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) é o responsável pelo exame.

O aumento do interesse de estrangeiros pelo teste também se reflete no crescimento na quantidade de inscritos. Nos últimos cinco anos, o número de participantes pulou de 4,2 mil em 2005 para 7,5 mil inscritos no ano passado – aumento de mais de 70%.

Os dados coletados com o MEC e o Inep ainda mostram que o maior número de participantes é de candidatos latino-americanos, vindos especialmente da Colômbia, Bolívia, Equador e Peru. É no exterior que fica a maior quantidade de locais de aplicação da prova (47). Os estrangeiros que já estão no País podem fazer o exame em 22 postos.

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Para o presidente do Inep, Luiz Cláudio Costa, um dos aspectos que explicam esse aumento é a intensificação da difusão da língua portuguesa nos últimos anos. “Nosso País adquiriu destaque mundial, tanto no que diz respeito à questão política, quanto na realização de eventos de importância internacional, como a Jornada Mundial da Juventude, a Copa do Mundo e Olimpíada.”

Além dos grandes eventos, a ascensão econômica do País nos últimos anos é outra justificativa que explica o crescimento da procura pelo teste. Em determinadas carreiras, como Medicina, é exigido a comprovação de fluência no idioma.

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“Existe hoje um quadro favorável à importação de estrangeiros de maior qualificação. O País hoje tem escassez de mão de obra qualificada”, afirma José Botafogo Gonçalves, vice-presidente do Centro Brasileiro de Relações Internacionais.

A crise econômica na União Europeia, principalmente em países como Espanha e Portugal, intensifica ainda mais o fluxo de estrangeiros ao Brasil.

E a necessidade de dominar a língua portuguesa vai depender da complexidade da atividade que esse estrangeiro vai desempenhar, afirma o professor de Economia Internacional da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo, Evaldo Alves. “As empresas privadas vão preferir sempre aquele que tenha mais fluência. Por isso o aumento da procura pelo exame.”

O interesse por cursos de graduação e pela pós-graduação em instituições de ensino superior no País também contribui para o crescimento no número de estrangeiros que se inscrevem no Celpe-Bras.

É o caso da equatoriana Jenny De La Rosa, de 43 anos, que precisou aprender o português para ser selecionada na pós-graduação em Design do Centro Universitário Senac (SP). “A parte escrita da prova foi difícil. O português tem outra estrutura gramatical”, diz. Mesmo ciente da dificuldade, ela passou no nível avançado. “Para ganhar a bolsa e conseguir fazer o curso, tem de fazer o teste”, fala Jenny. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.