Segundo estudo encomendado pelo Sebrae ao Dieese, as mulheres vêm conquistando novos espaços no mercado. Embora o homem ocupe predominantemente as vagas nos setores de comércio, serviços, indústria e construção, a presença feminina cresceu de 39,6% para 41,3% entre 2002 e 2006 – o equivalente a mais de dois milhões de mulheres.
Para estimular mulheres com potencial empreendedor, o Governo Federal vai nacionalizar nos dias 16 e 17 de julho uma iniciativa de sucesso, inaugurada no Rio de Janeiro: o ‘Programa Rio: Trabalho e Empreendedorismo da Mulher’. O programa, que no Estado tem como instituições executoras a BPW/RJ, o Banco da Mulher, o Ibam e o Sebrae/RJ, além do apoio do Governo estadual, já formou mais de 1.500 participantes em questões de gênero e empreendedorismo.
A ministra Nilcéa Freire, da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM), firmará convênios com os governos do Distrito Federal e do Estado de Santa Catarina nesta quarta-feira (16), em Brasília – a primeiras unidades da Federação a receberem o programa. Na ocasião, a SPM também assinará um acordo de cooperação nacional com o Sebrae, Instituto Brasileiro de Administração Municipal (Ibam) e Federação das Associações das Mulheres de Negócios e Profissionais do Brasil (BPW-Brasil) – parceiros fundamentais para a execução do ‘Programa Trabalho e Empreendedorismo da Mulher’.
O superintendente do Sebrae no Rio, Sergio Malta, ressalta que no Brasil, de cada 100 mulheres, 13 são donas de seu próprio negócio – segundo dados da Global Entrepreneurship Monitor. ?Nos últimos dois anos, 52% das novas empresas foram abertas por elas. As empreendedoras têm capacidade de planejamento, simpatia para cultivar uma boa rede de contatos e perspicácia?, afirmou.
Potencial produtivo local
O programa pretende oportunizar a autonomia econômica e financeira das mulheres e a igualdade de gênero/raça no mercado de trabalho formal e informal. O público prioritário é constituído por mulheres que tenham ou possam desenvolver novos negócios, mulheres pobres em situação de vulnerabilidade e risco social e gestores públicos, que vão atuar para fomentar os nichos de oferta de produção e ocupação.
Conforme Eunice Léa de Moraes, gerente de projetos da SPM na área de trabalho, o programa incentiva a inclusão das mulheres no mundo do trabalho e desperta o potencial produtivo delas. ?Além de aprimorar conhecimentos sobre empreendedorismo, as mulheres vão poder se organizar em associações e disputar o mercado local. Serão mais pessoas produzindo e consumindo?, diz a coordenadora da Subsecretaria de Articulação Institucional na área de gênero e trabalho.
A primeira fase do programa prevê um levantamento do potencial produtivo dos espaços geográficos do estado participante, reconhecimento das redes de desenvolvimento local e das possibilidades dos mercados locais e formação de consultores e instrutores com temas voltados ao empreendedorismo e gênero.
Na segunda etapa, serão realizados cursos, seminários e oficinas de trabalho com as mulheres com potencial empreendedor, mulheres em situação de vulnerabilidade social e gestores de equipamentos sociais e de redes econômicas locais. O ciclo do programa se completa com a consolidação, sustentabilidade e replicação – etapa de monitoramento e avaliação dos resultados e viabilidade de implementação do programa em outros estados.
Seminário de imersão
A assinatura dos documentos antecede a abertura do seminário Trabalho e Empreendedorismo da Mulher, nos dias 16 e 17 de julho que aprofundará os objetivos do programa e integrará as equipes gestoras dos estados. Após a oficialização das parcerias, SPM, Ibam, Sebrae e BPW vão apresentar os resultados obtidos no programa iniciado no estado do Rio de Janeiro no painel ‘Programa Rio: Trabalho e Empreendedorismo da Mulher’.
A partir das 14h, Ângela Fontes, coordenadora geral do programa e representante do Ibam, fará palestra sobre ‘Trabalho e Educação na Perspectiva do Empreendedorismo’. Gestores governamentais, empreendedoras sociais e especialistas em negócios também vão conferir as exposições de Lúcia Xavier, secretária-executiva da Articulação de Mulheres Negras Brasileiras da ONG Criola, sobre ‘Gênero, Raça, Etnia e Direitos Humanos’. Em seguida, Daise Natividade, consultora de Recursos Humanos e Empreendedorismo, abordará o tema ‘Empreendedorismo na perspectiva de Gênero’.
No último dia do seminário, dia 17, Aparecida Gonçalves, subsecretária de Enfrentamento à Violência contra a Mulher da SPM, apresentará o Pacto Nacional de Enfrentamento à Violência contra a Mulher, destacando como a geração de renda e as redes de economia solidária favorecem o rompimento do ciclo de violência. Ainda pela manhã, haverá oficinas de Trabalho e Empreendedorismo da Mulher e Desenvolvimento Local e Políticas Públicas para as Mulheres. O evento se encerra às 13h.
A implementação do ‘Programa Trabalho e Empreendedorismo da Mulher’ em diferentes estados é uma das ações previstas no II Plano Nacional de Políticas para as Mulheres no eixo Autonomia Econômica e Igualdade no Mundo do Trabalho, com Inclusão Social. A atuação da SPM na promoção da autonomia econômica e igualdade de gênero no mundo do trabalho consiste em desencadear ações de mobilização, sensibilização, capacitação e assistência técnica às mulheres para possibilitar a criação e a sustentação dos negócios.
