Foto: Arquivo/O Estado

 Valério: "empréstimos no Banco Rural e BMG são única fonte".

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A DNA Propaganda notificou extrajudicialmente o Banco do Brasil (BB) alegando que a instituição financeira deve R$ 12,982 milhões à agência de publicidade que tem como sócio o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza. Na notificação, formalizada anteontem no Cartório do 2.º Ofício de Registro Civil, Títulos e Documentos de Brasília, a DNA afirma que o suposto crédito corresponde a serviços de publicidade e propaganda prestados para o Fundo de Incentivo Visanet, após 14 de dezembro de 2004 e no decorrer deste ano.

Enquanto Valério sustenta que a DNA é credora do BB, parlamentares da CPI dos Correios garantem que as investigações demonstram que pelo menos R$ 19,7 milhões foram desviados do banco estatal e abasteceram o esquema batizado de mensalão.

Na notificação, os advogados do empresário mineiro afirmam que os serviços prestados pela agência no período somaram um total de R$ 15,047 milhões. Deste valor foi descontado um montante da ordem de R$ 2,064 milhões que o BB identificou como pagamento por serviços não prestados pela agência, até 14 de dezembro do ano passado.

Segundo o advogado Rodolfo Gropen, foram anexados também uma planilha de cálculo com a soma dos gastos da DNA com os serviços de publicidade e propaganda em favor do Fundo de Incentivo Visanet; documentos que comprovariam estes serviços e as campanhas realizadas, além da evolução do saldo financeiro entre as empresas.

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A defesa de Valério alega que tentou no dia 30 último entregar todo material na sede do BB em Brasília, mas o banco se recusou a receber a documentação com a alegação de que parte dela era formada por cópias dos originais. A DNA afirma que uma parcela desses documentos originais está em poder do próprio BB e outra em posse da Polícia Federal. "Vou esperar 15 dias para a análise da documentação. Caso não haja uma resposta, a DNA vai procurar o Banco do Brasil para tentar uma solução amigável. Se não houver acordo, obviamente vamos entrar com uma ação de cobrança", disse Gropen.

A assessoria de imprensa da Visanet (Companhia Brasileira de Meios de Pagamentos) afirmou que a empresa "não tem a menor gerência" sobre a utilização da verba que entregou ao Banco do Brasil e que, segundo a CPI Mista dos Correios, foi repassada às agências de publicidade do empresário Marcos Valério Fernandes.

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"Única fonte"

Em resposta ao relatório de prestação de contas da CPMI dos Correios, apresentado pelo deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza divulgou nota ontem em que assegura que os empréstimos obtidos nos bancos Rural e BMG "são a única fonte dos recursos financeiros repassados ao PT e aos representantes de partidos aliados". O empresário, apontado como o operador do mensalão, repetiu a versão de que os seis empréstimos, totalizando cerca de R$ 55 milhões – no período entre fevereiro de 2003 a outubro de 2004 – foram feitos por orientação do ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares.

"Tais empréstimos estão provados por documentos legítimos e nunca contestados", disse Valério, salientando que Delúbio já confirmou a versão em diversas declarações à Polícia Federal, às CPIs. Da mesma forma, afirmou o empresário, quase todos os beneficiários listados por ele confirmaram o recebimento dos valores. "Em especial, dirigentes de diretórios regionais do PT, dirigentes de partidos da base aliada e parlamentares."