Dívida da Cruz Vermelha Brasileira chega a R$ 90 milhões

A Cruz Vermelha Brasileira deve cerca de R$ 90 milhões aos cofres públicos e a antigos funcionários que recorreram à Justiça para receber seus direitos trabalhistas. Segundo o presidente da entidade, Nício Brasil Lacorte, a quantia é a soma de dívidas de impostos, tributos e contribuições previdenciárias ao longo dos últimos anos.

Entrevistado pela Agência Brasil, Lacorte atribuiu a situação ao que classificou de “má gestão” da entidade ao longo de “mais ou menos 20 anos”, período durante o qual, segundo ele, a Cruz Vermelha Brasileira teve algumas gestões marcadas pela “pouca transparência”.

Criada em 1907, a entidade filantrópica brasileira sobrevive de contribuições e do voluntariado. Apesar de integrar a Federação Internacional da Cruz Vermelha, a instituição brasileira tem autonomia administrativa e estatuto próprio, não se confundindo com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, que também tem escritórios no país. Em abril de 2010, suspeitas de irregularidades levaram o Tribunal de Contas da União a determinar que a Caixa Econômica Federal parasse de destinar à entidade nacional o percentual da loteria esportiva a que tinha direito por força da Lei 6.905, de 1981.

De acordo com Lacorte, o maior credor da entidade é a União. Dos cerca de R$ 90 milhões, algo em torno de R$ 80 milhões é dívida tributária, enquanto o passivo trabalhista gira em torno de R$ 8 milhões. Além disso há um débito de aproximadamente R$ 10 milhões com a Federação Internacional da Cruz Vermelha, o que eleva o dívida total para quase R$ 100 milhões.

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