As principais dificuldades para o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), conquistar votos nos partidos aliados, inclusive no PMDB, decorrem das divergências regionais entre os partidos. Auxiliado por senadores peemedebistas, Renan está tentando contornar os problemas por meio de corpo-a-corpo ou telefonemas.
O senador Garibaldi Alves (PMDB-RN) informou que vai votar em favor da cassação do mandato de Renan por conta da briga eleitoral com os senadores do Democratas, José Agripino e Rosalba Ciarlini, no Rio Grande do Norte. No Espírito Santo, onde poderia ter o apoio dos senadores Gerson Camata (PMDB) e Magno Malta (PR), Renan deve perder os dois votos. Motivo: os dois senadores aliados estão "massacrados" pela força política em ascensão do senador do PSB, Renato Casagrande, que fez um relatório muito duro em favor da cassação do presidente do Senado.
A parceira de Casagrande, a senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), está provocando o isolamento de Renan em seu Estado. Os aliados do senador já consideram perdidos os votos do petista Delcídio Amaral, devido à pressão da opinião pública em Mato Grosso do Sul, estimulada pela exposição de Serrano na mídia regional e pela atuação no Conselho de Ética. Por isso mesmo, o senador Valter Pereira (PMDB-MS) está sendo considerado indeciso e Renan está com dificuldades para convencê-lo a votar em seu favor e em posição oposta aos dois conterrâneos.
No Rio Grande do Sul, os três senadores estão unidos: o peemedebista Pedro Simon, o petista Paulo Paim e Sérgio Zambiasi. " No Rio Grande do Sul quem não votar pela cassação de Renan está morto", disse Paim. No Amazonas, Renan já amargou o prejuízo da pressão local com o voto do petista João Pedro no Conselho de Ética. Os senadores Arthur Virgílio (PSDB-AM) e Jefferson Peres (PDT-AM) vem atuando de forma enfática contra Renan, pedindo, inclusive seu afastamento da presidência do Senado.