O controle de acesso às ruas mais movimentadas da Vila Madalena foi testado pelo primeira vez e o público se dispersou dentro do horário previsto, sem que nenhum grande incidente fosse registrado. O limite de horário estabelecido pela Prefeitura para realizar a limpeza das vias era à 1h, mas vários foliões já deixavam o local por conta própria a partir da meia-noite deste domingo, 22.

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Por volta das 0h45, policiais militares formaram um cordão no cruzamento entre as Ruas Aspicuelta e Fidalga para dar início à desocupação das ruas. Eles eram acompanhados por garis e funcionários da Subprefeitura de Pinheiros – que usavam um megafone para avisar ao público sobre a dispersão.

Durante processo, as cenas de vandalismo e de confronto com foliões, vistas no carnaval, não se repetiram. Os que foram até a Vila Madalena para curtir os últimos momentos da festividade ainda tiveram um hora a mais para brincar, por causa do fim do horário de verão, que atrasou os relógios em 60 minutos.

Essa foi a primeira vez que o controle de acesso foi feito pela Polícia Militar na Vila Mandela, com bloqueios montados em ruas das imediações – a fim de manter um público de até 15 mil pessoas no “miolo” do bairro.

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Por volta das 20h, alguns bloqueios foram fechados e só reabriram cerca de uma hora depois, quando o movimento já havia diminuído. Policiais também estão revistaram bolsas para impedir a entrada de garrafas de vidro no local.

A reportagem do jornal O Estado de S. Paulo também flagrou um policial militar usando spray de pimenta, aparentemente sem motivo, contra uma pessoa pouco depois que o bloqueio da Rua Mourato Coelho foi fechado. O oficial, motorista da viatura, parou o carro e caminhou calmamente até um rapaz. Quando ficou de frente para ele, usou o spray. Questionado pela reportagem sobre o que o rapaz teria feito, o policial não respondeu e deu partida na viatura.

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De fora

Apesar de evitar grandes aglomerações, os bloqueios irritaram alguns foliões que acabaram ficando de fora da festa. Impedidas de passarem pelos gradis instalados, várias pessoas resolveram voltar para casa. Foi o caso do estudante Danilo Ortega, de 18 anos, que foi à Vila Madalena com dois amigos. “Acho uma palhaçada. A gente queria curtir os últimos dias de festa mas não pode”, disse. “Eu não sou maluco de invadir, então tem que voltar pra casa.”

“A rua é pública e eu não estou vendo nenhuma confusão”, argumentou a administradora Milene Sanna, de 28 anos, para quem o bloqueio “não faz sentido”. “Os policiais impedem as pessoas de entrarem, mas não aparecem na hora em que algo acontecesse”, diz a administradora, que diz ter curtidos todos os outros dias do carnaval na Vila Madalena.

Apesar de ter sido barrado, o analista de sistema Miro Rados, de 21 anos, tem uma opinião mais comedida sobre o bloqueio. “Acho que está organizando a situação, senão vira uma zona”, afirma. “Mas para quem estava desavisado, como eu, é bem ruim.”

Ao longo do sábado, 21, era possível ver dezenas de policiais rondando as ruas da Vila Madalena em motocicletas e viaturas. Carros também eram impedidos de trafegarem em avenidas de acesso, como a Paulo VI e a Cardeal Arcoverde.