O diretor-geral da Polícia Federal, delegado Paulo Lacerda, disse nesta quarta-feira (6) que em toda a Operação Xeque-Mate não houve aviso prévio que pudesse ser usado em favor de algum dos investigados. "Usei da maior cautela possível para não prejudicar o sigilo da operação. Não se avançou o sinal em nenhum momento", afirmou. A maior prova disso, segundo o diretor da PF, é que nenhuma das interceptações telefônicas, feitas com autorização da Justiça e monitoramento do Ministério Público, atesta que o irmão do presidente Lula, Genival Inácio, o Vavá, ou qualquer dos alvos tenha tido conhecimento prévio ou sido alertado sobre a operação.
Apesar de o Estado ter apurado que o ministro Tarso Genro (Justiça) e o presidente Lula foram alertados sobre a Operação Xeque-Mate na quinta-feira, o diretor da PF afirmou que só falou com o ministro no domingo à tarde. E disse que não entrou em detalhes e nem citou explicitamente o nome do irmão do presidente como um dos alvos. "Disse ao ministro que ele se preparasse porque a operação (Xeque-Mate) traria ao governo uma situação bastante sensível, pois atingiria pessoas próximas ao presidente da República", afirmou.
A informação apurada pelo jornal foi de que o presidente sabia do nome do irmão, tanto que perguntou se tudo estava sendo feito com ordem judicial para todos os investigados, inclusive o irmão dele. Diante da informação afirmativa, o presidente teria dito: "Então, manda tocar". "O sucesso de uma investigação se mede pelo resultado e a verdade é que a operação (Xeque-Mate) foi um sucesso: os documentos foram apreendidos e quem tinha de ser preso ou indiciado, foi", disse Lacerda.