O presidente nacional do PT e coordenador da campanha presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva, deputado José Dirceu (SP), rejeitou a hipótese de os candidatos à Presidência da República assinarem um acordo expressando um compromisso com a estabilidade, como tem sugerido o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Hoje, o porta-voz do Fundo, Thomas Dawson, disse que um acordo com o Brasil deve contemplar também o ano de 2003, dando mais horizonte aos mercados . ?Isso não é negociação; é imposição, um ultimato?, afirmou Dirceu ao descartar a proposta de um compromisso prévio dos candidatos à Presidência. Na avaliação do deputado, o FMI está querendo substituir o eleitor brasileiro. ?Quem decide as políticas que serão adotadas pelo próximo governo é o eleitor, nos dias 6 e 27 de outubro?, disse ele, numa referência aos dois turnos da eleição presidencial.

Dirceu reiterou que a decisão de assinar ou não um acordo com o FMI cabe ao governo. Ele disse ainda que o PT está disposto a dialogar com o presidente Fernando Henrique Cardoso, desde que os integrantes da legenda sejam convidados.

O petista afirmou também que não vê necessidade dos candidatos assinarem um compromisso conjunto com a manutenção da estabilidade para tranqüilizar o mercado.

?Os investidores não estão intranqüilos por causa dos candidatos, mas sim por causa da fragilidade das contas externas, da violenta queda das exportações que provocou a recessão. O governo cometeu erros e nós não vamos aceitar a tese de que o candidato A ou B seja o fator da instabilidade?, declarou.

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