Brasília – Os ministros Antônio Palocci (Fazenda) e José Dirceu (Casa Civil) rebateram ontem acusações de prefeitos e do PFL dizendo que o próprio partido, que hoje apóia abertamente as prefeituras, apoiou por oito anos o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, que, na sua avaliação, foi o responsável por ampliar o déficit municipal. O PFL, nos últimos dias, vêm culpando o governo federal de diminuir os recursos para as prefeituras e produzir uma crise nos municípios e ameaça não votar a favor da reforma tributária no Congresso caso não haja partilha dos recursos arrecadados com a CPMF.
“O nosso governo não está acusando o governo Fernando Henrique por essa crise, mas o PFL está nos acusando. Isso é antiético. As coisas precisam ser ditas com clareza. O PFL votou e aprovou a criação dessas contribuições que não eram divididas”, acusou Dirceu. “Aqueles que concentraram o recurso tributário no País nos últimos dez anos não podem acusar o governo e o presidente Lula, porque não têm autoridade moral para isso, de levar os municípios ao prejuízo”, disse. O ministro também foi enfático ao negar a possibilidade de repartir recursos da CPMF com estados e municípios. “Não vamos ficar dando voltas. Não dá para partilhar, não tem que partilha e se depender de nós, não vai. Se quiserem continuar dando volta, vamos empacar e a reforma não vai ajudar o Brasil a crescer nem fazer justiça social”, disse Dirceu.
