Brasília – O chefe da Casa Civil, José Dirceu, afirmou ontem que há muita "calúnia" por parte de parlamentares da oposição que fizeram as acusações de que o governo emprega parentes de autoridades do primeiro escalão nos gabinetes de Brasília. Dirceu comentou as críticas de que ele e os ministros da Fazenda, Antônio Palocci, e do Trabalho, Ricardo Berzoini, conseguiram nomear parentes em cargos comissionados na capital federal. "É uma prática de fazer referências a esposas de ministros que só degrada o ambiente e a convivência política no País", disse.

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"As afirmações são mentirosas e caluniosas." O chefe da Casa Civil afirmou que a mulher dele, Maria Rita de Andrade, indicada por ele para trabalhar na Escola Nacional de Administração Pública (Enap), é funcionária pública concursada há 27 anos. Maria Rita foi transferida de São Paulo para Brasília em 2003. "Eu repilo (as afirmações), pois (os citados) são servidores públicos que têm o direito de trabalhar em Brasília, na medida em que vivem na cidade", argumentou. "Não há relação disso com nepotismo." Dirceu destacou que é um dos autores das propostas de emendas constitucionais (PECs) contra o nepotismo aprovadas anteontem na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. "Sempre defendi (o fim do nepotismo). É importante para o País que tenha acontecido essa aprovação", disse.

"A minha esposa é funcionária pública na Enap. A legislação federal permite e a Comissão de Ética autorizou." A assessora Margareth Palocci, mulher de Antônio Palocci, trabalha na Fundação Nacional de Saúde (Funasa) desde o início da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Já a mulher de Berzoini, Sônia Berzoini, atuou em gabinetes de parlamentares petistas na Câmara e no Senado. Hoje, no entanto, Sônia está fora de repartições públicas.

Emenda

O presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), comprometeu-se ontem a criar na semana que vem a Comissão Especial para analisar o mérito da emenda constitucional que proíbe o nepotismo na administração pública. Durante reunião com representantes da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ), Severino Cavalcanti também reiterou que a matéria vai seguir o rito convencional de tramitação, sem urgência. 

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