O ex-deputado José Dirceu (PT-SP) afirmou nesta quarta-feira (13) que os depoimentos prestados até agora no processo que investiga o "mensalão" negam o envolvimento dele no caso. Segundo Dirceu, que responde às acusações de corrupção ativa e formação de quadrilha, os interrogatórios ajudam a demonstrar a motivação política por trás do afastamento dele do cargo de chefe da Casa Civil e da cassação do mandato de deputado.
"A sucessão de depoimentos à Justiça, vários por semana, dos réus do chamado ‘mensalão’ prova, dia-a-dia, que não cometi nenhum ato ilícito", afirmou, em nota publicada no blog que mantém na internet (www.zedirceu.com.br). "Os depoimentos reafirmam a convicção que tenho e sempre transmiti: é político o processo em que me envolveram, com o propósito de me afastarem do cargo de ministro-chefe da Casa Civil e de me cassarem o mandato de deputado federal pelo que eu representava no governo do PT e do presidente Lula", completou.
Ao comentar o testemunho prestado ontem à Justiça pelo presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, Dirceu apontou que ele se recusou a acusá-lo diretamente. No interrogatório, Jefferson evitou comentar o envolvimento de Dirceu e de outros membros do governo federal no caso, sob o argumento de que falava como réu e não testemunha. Num ponto do depoimento, disse que o ex-deputado do PT de São Paulo "era o ministro político do governo" e que "todos os acordos tinham a chancela dele". "Roberto Jefferson afirmou no depoimento, ontem, que eu era o ministro político do governo, que tratava comigo da aliança PTB-governo e que os acordos tinham a minha chancela. Também não fez referências me associando ao chamado `mensalão’", afirmou, na página na internet.
