Dirceu afirma que 2006 está fora da agenda do governo

São Paulo (AE) – O ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, disse ontem que a eleição de 2006 está fora da agenda do governo para o próximo ano, pois a prioridade é o crescimento e o desenvolvimento do País. Dirceu ressaltou que o Brasil registrará, no próximo ano, investimentos em diversos setores produtivos, como o petroquímico, que deverá apresentar um total de R$ 10 bilhões, incluindo recursos da Petrobras.

O ministro – que participou de uma passeata da campanha à reeleição da prefeita Marta Suplicy, na Avenida Paulista – citou projetos em outros segmentos, como siderúrgicas, que terão aporte de capitais de empresas japonesas e chinesas. “Tem também investimentos no gasoduto do Nordeste. O setor de autopeças também precisa fazer investimentos, pois está com problemas de produção e necessita aumentar a capacidade instalada. A indústria de bens de consumo duráveis, em geral, também vai investir”.

Normalmente crítico dos juros nominais elevados que vigoram no País nos últimos anos, Dirceu acredita que as taxas nos atuais níveis não vão obstruir os investimentos em infra-estrutura e produção de bens de consumo duráveis e não-duráveis para 2005. “Os juros têm que ser controlados, de acordo com a situação nacional e internacional. É uma questão difícil. Tem que ir deslizando”, disse ele. Com a divulgação da ata do Copom ontem, muitos analistas internacionais refizeram seus cálculos e indicaram em suas estimativas que a taxa de juros continuará subindo este ano e será mantida em nível elevado até o final de 2005.

Juros

Em entrevista ao correspondente da Agência Estado em Nova York, Fábio Alves, o diretor de Pesquisa e Estratégia para Mercados Emergentes do Banco Goldman Sachs, Paulo Leme, indicou que, até dezembro, a taxa anual subirá dos atuais 16,75% para 17,5%. De acordo com Leme, os juros fecharão o ano de 2005 em 16,5%. No entanto, o ministro ponderou que a manutenção dos juros em níveis elevados como prevêem os analistas não afetará os investimentos básicos da economia, sobretudo os que virão do setor privado. “Isto não vai influenciar o crescimento do País. O Brasil está recebendo investimentos externos e internos. E as empresas têm dinheiro em caixa. O que é preciso, especialmente em alguns setores, é marco regulatório, garantias e demanda da população crescendo. Com o País em expansão, vêm investimentos”, comentou Dirceu.

O ministro informou que conversou ontem longamente com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre as prioridades de investimentos para 2005. A principal delas, segundo Dirceu, é a área de infra-estrutura, com destaque para concessões rodoviárias, projetos de hidroelétricas afetados por restrições ambientais, além de portos e ferrovias. Dirceu também afirmou que o governo dará atenção especial a investimentos em inovação tecnológica, especialmente nas áreas de informática e farmacêutica.

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