A presidente Dilma Rousseff se reunirá nesta quinta-feira, 21, às 16h30, com o ministro da Saúde, Marcelo Castro. A reunião acontecerá no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República, logo após a petista chegar de Recife (PE). No encontro, Dilma deve cobrar de Castro um balanço das ações de combate ao mosquito Aedes aegypti, causador de doenças como dengue, zika e chikungunya.
A reunião entre a presidente e o ministro da Saúde ocorre em meio a notícias de que o Planalto estaria descontente com os resultados das ações da Pasta para aliviar o surto das doenças causadas pelo mosquito no País, apesar dos investimentos. O núcleo duro do governo também estaria incomodado com a postura de Castro – indicado pelo PMDB na reforma ministerial de outubro de 2015 – durante discursos e entrevistas sobre as doenças.
Uma das frases polêmicas de Marcelo Castro que incomodou o governo foi proferida em 13 de janeiro. “Não vamos dar vacina para 200 milhões de brasileiros. Mas para pessoas em período fértil. E vamos torcer para que mulheres antes de entrar no período fértil peguem a zika, para elas ficarem imunizadas pelo próprio mosquito. Aí não precisa da vacina”, afirmou o ministro na ocasião.
A zika, segundo especialistas, está relacionada ao surto de nascimento de bebês com microcefalia, doença considerada rara no Brasil e no mundo até meados de 2015. O surto de microcefalia foi identificado inicialmente no Nordeste, após a região ter enfrentado um aumento de casos de zika. A epidemia em todo o País levou o governo a decretar, em novembro, emergência sanitária nacional.
Como mostrou nesta quinta-feira o Estadão, o número de casos de microcefalia no Brasil aumentou 10% em uma semana e alcançou a marca de 3.893 notificações. Os registros ocorreram em 764 municípios, em 20 Estados e no Distrito Federal.