A presidente Dilma Rousseff anunciou ontem a liberação de R$ 2,64 bilhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) para investimentos mobilidade urbana e combate a enchentes em São Paulo. Desse recurso, R$ 1,98 bilhão será utilizado para viabilizar o início das obras da Linha 6-Laranja do Metrô e a ampliação dos corredores de ônibus – outros R$ 651 milhões vão para obras de drenagem e saneamento.

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Em seu discurso, ela voltou a dizer que a questão do transporte é crucial para a qualidade de vida dos brasileiros e citou que o governo tem investido R$ 143 bilhões em mobilidade no País. “Estamos colocando R$ 1,988 bilhão em mobilidade, para BRTs e corredores aqui”, afirmou. “Com esses recursos a Prefeitura vai construir 51,7 quilômetros de BRTs.”

Em julho de 2013, Dilma também anunciou um pacote de investimentos de R$ 8,1 bilhões em obras de mobilidade, drenagem e recuperação de mananciais na cidade de São Paulo. Desse total, R$ 3 bilhões foram destinados para corredores de ônibus nas zonas leste e sul, R$ 2,2 bilhões para recuperação dos mananciais das Represas Billings e Guarapiranga, na zona sul, R$ 1,5 bilhão para construção de moradias para 20 mil famílias que vivem perto das represas e R$ 1,4 bilhão para a drenagem de córregos. Em outubro, a presidente ainda anunciou um repasse de R$ 5,4 bilhões em recursos do PAC 2 para melhorias nos transportes, incluindo metrô.

A Prefeitura informou que seis trechos de corredores de ônibus serão construídos com os recursos anunciados ontem. O que custará mais caro é o Corredor Perimetral Itaim Paulista/São Mateus (R$ 529 milhões). Outro corredor que deve sair do papel é o que será construído no eixo entre as Avenidas dos Bandeirantes, na zona sul, e Salim Farah Maluf, na zona leste, com custo de R$ 487 milhões. Os demais corredores do pacote são o M’Boi Mirim/Cachoeirinha (R$ 283 milhões), o Carlos Caldeira Filho (R$ 218 milhões), o M’Boi Mirim/Estrada do Guavirituba (R$ 266 milhões) e o primeiro trecho do Belmira Marin (R$ 205 milhões), todos na zona sul.

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Para o urbanista e consultor de Transportes Flamínio Fichmann, a Prefeitura deve realmente dar prioridade às zonas leste e sul, onde a demanda por transporte público de massa é mais premente. “Alguns eixos, como M’Boi Miriam, Celso Garcia e Radial merecem investimentos de BRT. Não temos em São Paulo nenhum BRT, que não é um Fura-Fila turbinado.”

Na cerimônia de ontem, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, assinaram um contrato de financiamento de R$ 1,7 bilhão para a Linha 6-Laranja do Metrô. “É uma linha muito importante, uma das maiores de São Paulo”, disse o governador.

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A construção da Linha 6 será feita por meio de uma parceria público-privada (PPP), operada pela empresa vencedora da licitação (Consórcio Move Mais), composto pelos grupos Odebrecht, Queiroz Galvão, UTC Participações e pelo Fundo Eco Realty. Segundo o Estado, o valor do empreendimento é de R$ 9,6 bilhões. Desse total, o BNDES será responsável por 39,2% do financiamento e 13,9% serão de recursos do governo estadual. O consórcio arcará com os 46,9% restante.

Apelidada de “dos estudantes”, por ter previstas estações próximas de Faap, PUC, FGV, e FMU, a linha de 13,5 km deverá ligar os bairros da Vila Brasilândia, na zona norte da capital, até a Estação São Joaquim (Linha 1-Azul), na região central. A previsão é atender 633 mil passageiros por dia em 2020, quando estiver em pleno funcionamento.

De acordo com o secretário de Transportes de São Paulo, Jurandir Fernandes, o recurso liberado pelo BNDES e a desapropriação de um terreno da Prefeitura, publicada no Diário Oficial de ontem, vão permitir o início das obras. “A expectativa é de que em 2018 nós já conseguiremos pegar essa grande massa humana e levar para o sistema da Linha 7 e Linha 8 (da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, a CPTM), na Água Branca.” Colaborou Caio do Valle. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.