A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, afirmou em entrevista a jornalistas nesta quarta-feira, 24, que o País não foi consultado sobre um acordo de países europeus sobre florestas, que propõe reduzir pela metade o desmatamento até 2020 e zerá-lo na década seguinte. “É uma declaração que foi apresentada por alguns países sobre florestas, não foi apresentada pela ONU. Por que o Brasil se recusou a assinar? Primeiro porque não nos consultaram”, afirmou a dirigente que o país tem grande quantidade de florestas e a “melhor política de redução de desmatamento”.

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“Além de não terem nos consultado, eles propõem algo que é contra a lei brasileira. A lei permite que nós façamos o manejo florestal, muitas pessoas vivem do manejo florestal, que é o desmatamento legal, sem danos ao meio ambiente, nas beiras, principalmente nas populações tradicionais, você pode ter o manejo florestal. Contraria e se contrapõe à nossa legislação”, explicou a presidente.

A apresentação da resolução foi feita ontem, durante a Cúpula do Clima nas Nações Unidas, que reuniu representantes de mais de 120 nações. O documento recebeu o nome de “Declaração de Nova York” e foi endossado até agora por 32 países, incluindo os Estados Unidos. China e Índia estão entre os que não apoiaram até agora, além do Brasil. O documento, porém, ficará aberto até o final de 2015 para receber novas adesões.

Nesta quarta, em seu discurso na abertura da 69ª Assembleia Geral da ONU, Dilma voltou a falar sobre clima e ressaltou que o Brasil alcançou as menores taxas de desmatamento da história em todos os quatro anos entre 2010 e 2013. Além disso, frisou que nos últimos dez anos, o País reduziu o desmatamento em 79%, “sem renunciar ao desenvolvimento econômico nem à inclusão social.” O Brasil, disse Dilma, tem feito sua parte para enfrentar a mudança climática.

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