A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, impôs a lei do silêncio no Palácio do Planalto sobre o caso do dossiê com os gastos do ex-presidente Fernando Henrique e da ex-primeira-dama Ruth Cardoso. Apesar disso, o vice-presidente José Alencar defendeu ontem o comparecimento de Dilma no Congresso para prestar depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Cartões . ?Eu penso que ir a uma CPI para prestar esclarecimentos à Nação, desde que haja honestidade absoluta de propósitos daqueles que são também responsáveis, porque foram eleitos pelo povo e estão representando o povo, é uma coisa normal?, afirmou Alencar.
Alencar defendeu a ida da ministra à CPI minutos depois de ela se negar a falar sobre o dossiê. Após uma solenidade no Planalto cercada de jornalistas, ela disse que não falará sobre o tema enquanto a Polícia Federal não concluir a investigação, aberta na segunda-feira (7). Além da ministra, silenciaram todos os outros funcionários da Casa Civil citados como participantes da reunião do dia 8 de fevereiro – quando teria sido tomada a decisão de coletar os dados para o dossiê. Ou não atendem ao telefone ou dizem, no máximo, que só o jornalista Nelson Breve, da assessoria de imprensa da Presidência, está autorizado a falar com os jornalistas.
Da reunião do dia 8 participaram, entre outros, Erenice Guerra (secretária-executiva da Casa Civil), Norberto Queiroz (secretário de Administração), José Aparecido Nunes Pereira (secretário de Controle Interno), Maria de La Soledade Castrillo (chefe de gabinete de Erenice) e Gilton Saback Maltez (diretor de Orçamento e Finanças). Em rápida entrevista no Palácio do Planalto, Alencar afirmou que tem ?a maior confiança na ministra Dilma? e não acredita que ela esteja desgastada. ?Ela tem demonstrado ser uma mulher muito firme em seus deveres e em suas obrigações?, afirmou.