A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, afirmou nesta segunda-feira (2) que por se tratar de uma relação privada não caberia a ela se pronunciar antes da Justiça sobre as 4,2 mil demissões anunciadas pela Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) no dia 19 de fevereiro.
Na sexta-feira passada, o presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, em Campinas, Luís Carlos Cândido Martins Sotero da Silva, determinou, em decisão liminar, a suspensão dos efeitos das demissões dos funcionários da empresa dispensados sem justa causa ou sob o argumento de consequência da crise econômica mundial. Está marcada para a próxima quinta-feira (dia 5) uma audiência de conciliação e instrução, na tentativa de acordo entre representantes dos trabalhadores e da companhia.
A Embraer determinou o corte de cerca de 20% de seu efetivo, um total de 21.362 empregados. A empresa informou, por meio de assessoria, que recorreria da decisão e enfatizou novamente a necessidade de se ajustar à redução de demanda por aeronaves em todo o mundo. “Nós (governo) não fomos comunicados sobre a crise (na Embraer)”, reafirmou a ministra.
Dilma reuniu-se na manhã desta segunda-feira com ao menos 30 prefeitos da região de Campinas, interior de São Paulo e sul de Minas para discutir os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em obras de saneamento realizadas pelas prefeituras, em parceria com o governo federal, recursos do Orçamento Geral da União e da Caixa Econômica Federal (CEF).
“Houve da parte de todos (os prefeitos) uma preocupação muito grande em dar continuidade às obras do PAC. A maioria dos prefeitos pediu que se acelerasse a liberação de recursos como uma forma, inclusive, de fazer com mais agilidade essas obras”, disse Dilma. “Há uma crise no País e quanto mais a gente liberar esses recursos e mais rápido, maior será o giro dessas obras. Portanto mais empregos serão contratados e, nesse sentido, a ação dos prefeitos é uma ação anticrise”, afirmou a ministra.