Ao ministrar uma aula inaugural do curso de medicina do Campus de Garanhuns da Universidade de Pernambuco (UPE), a presidente Dilma Rousseff anunciou que lançará, em outubro, o Plano Nacional de Educação Médica. Segundo a presidente, o objetivo é aumentar em 4,5 mil o número de médicos formados por ano no Brasil. Ela destacou, ainda, que o governo quer interiorizar os cursos de medicina e conceder incentivos a quem fizer residência em áreas médicas onde há carência dentro do Sistema Único de Saúde (SUS).
“Não vamos medir esforços para assegurar qualidade na graduação e na residência médica”, disse a presidente, acrescentando que existe “um grave problema que nos aflige, que é a insuficiência de médicos”. Dilma lembrou que 28% da população brasileira está no Nordeste e que apenas 17% dos médicos são formados nessa região. A presidente reconhece que há falta desses profissionais em todo o Brasil, mas alertou para o fato de que a carência é mais aguda no interior do País, com destaque para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Durante todo o evento, incluindo os 30 minutos em que a presidente Dilma discursou, um grupo com cerca de 50 manifestantes, formado por servidores da Universidade Federal Rural de Pernambuco que estão em greve, tentou atrapalhar a cerimônia com gritos e o uso de apitos, além de buzinas.
Dilma lembrou que, durante a campanha presidencial, havia o compromisso de melhorar a qualidade do serviço público de educação, saúde e segurança. “Vou buscar formas de melhorar isso”. Ao se dirigir diretamente aos alunos, a presidente falou que “se atrevia a fazer um convite aos estudantes para que criem laços com a região, façam amigos, namorem, casem e ajudem a transformar essa região em um polo de excelência. Isso depende de vocês e de nós. O interior do Brasil precisa de mais médicos e de bons médicos”.
A presidente acrescentou que o governo federal está decidido a mudar a distribuição de profissionais de medicina no País e a oferecer estímulos para que eles fiquem no interior. “Vamos investir pesadamente no SUS e nas residências que podem beneficiar áreas carentes do SUS, oferecendo acesso a maior pontuação, por exemplo, em residência quando o aluno se interessar por um curso onde há carência. Vocês não ficarão sem trabalho”, ressaltou.