Dilma assume e vai ser política

Brasília – Ao assumir, na tarde ontem, a chefia da Casa Civil, a ministra Dilma Rousseff disse que vai ?ampliar e consolidar as ações prioritárias do governo? e deixou claro que seu trabalho não será apenas técnico. ?Isso, definitivamente, é um trabalho político, um trabalho da política, entendida no sentido mais nobre do termo, que é a capacidade de homens e mulheres tentarem realizar um projeto nacional de desenvolvimento sustentável, um projeto de inclusão da população brasileira no desenvolvimento.?

A ministra ressaltou que um trabalho de gestão nunca é exclusivamente técnico. ?Ele é técnico, também, mas tem um componente político baseado nas políticas que os governos adotam para realizá-lo?, explicou. No discurso de posse, Dilma disse que pretende criar um ambiente para que todas as políticas desenvolvidas por cada ministro em seu ministério ?tenham uma expressão clara para a sociedade?. A ministra garantiu que, como chefe da Casa Civil, estará atenta para a importância de uma interface com o parlamento. Segundo ela, a relação entre Executivo e Legislativo é fundamental para concretizar ?os princípios da democracia?. Com a saída de Dilma do Ministério de Minas e Energia, assume interinamente a pasta o presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Maurício Tolmasquim.

O discurso de despedida de José Dirceu foi brando. Limitou-se a fazer um balanço de sua atuação. A única referência ao caso dos Correios foi quando voltou voltou a dizer: ?Saio com as mãos limpas?. Dirceu foi aplaudido de pé ao ser chamado para discursar.

Empresários ouvidos ontem foram unânimes em destacar a competência gerencial da nova chefe da Casa Civil, Dilma Roussef. Para o presidente da Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústrias de Base (Abdib), Paulo de Godoy, a escolha foi um sinal de responsabilidade do governo. O presidente da Associação dos Investidores em Autoprodução de Energia Elétrica (Abiape), Mário Luiz Menel, disse que a troca de comando no Ministério de Minas e Energia provoca uma ?certa preocupação? porque o setor perderá uma interlocutora importante.

Já o ex-presidente da Eletrobras e físico da UFRJ, Luiz Pinguelli Rosa, disse que a escolha de Dilma representa uma ?guinada neoliberal? no governo do presidente Lula: ?Lamento a saída do José Dirceu porque ele fazia um contraponto forte à política econômica e isso se perdeu?. ?Dúvido que a ministra fará esse papel de combater a política de juros e do superávit primário?, afirmou.

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