A ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, afirmou nesta quinta-feira (4) que é contra a reestatização da Companhia Vale do Rio Doce. "Não vejo sentido em desfazer o que foi feito no passado. A Vale é uma empresa bem gerida e vem realizando um trabalho significativo. É importante que ela seja uma empresa nacional", reiterou a ministra. A sua posição é contrária à de seu partido, o PT, que no 3º Encontro Nacional realizado no mês passado decidiu apoiar o plebiscito pela reestatização da companhia, privatizada no governo do ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso.

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Apesar de ser contra a reestatização da companhia, Dilma ponderou que não concorda com a política de privatização adotada na gestão FHC. Em sabatina realizada pelo jornal Folha de S. Paulo, a ministra se contrapôs também à recente declaração do professor Roberto Mangabeira Unger – que está sem pasta até a criação do Ministério Extraordinário de Assuntos Estratégicos – de que não era importante para o País ter grandes conglomerados nacionais e o ideal seria incentivar o empreendedorismo da classe média. "Acho importante sim para o País ter grandes conglomerados nacionais", disse Dilma.

Na defesa que o PT e algumas entidades e instituições, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) e União Nacional dos Estudantes (UNE), fazem da reestatização da Vale, o argumento principal é que ela foi vendida no governo FHC, em 1997, por um preço irrisório – cerca de R$ 3 bilhões – sendo que hoje seu valor é de cerca de R$ 50 bilhões. Assim como Dilma, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva também já declarou que este tema – a reestatização da Vale – não é prioridade de seu governo.

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