Na segunda quinta-feira de março é comemorado o Dia Mundial do Rim, e a intenção deste dia é alertar e conscientizar as pessoas de todo o mundo de que os rins podem ficar doentes – principalmente para os casos de doença renal crônica. No ano passado, a cantora Selena Gomez revelou que teve de passar por um transplante de rim após complicações causadas pelo Lúpus.

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Qualquer pessoa pode ter doença renal, mas quem tem diabete, obesidade ou hipertensão arterial tem mais riscos. Além disso, quem tem alguma doença que leva ao acometimento dos rins, como o lúpus, também tem mais riscos – essa doença, inclusive, atinge mais mulheres.

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“Na maioria das vezes, a doença renal é silenciosa. No adulto, a gente acompanha as pessoas que têm mais risco para ver como está a função renal, e um dos sinais pode ser o inchaço nas pernas ou a alteração na urina”, explica Carmen Tzanno Branco Martins, presidente da Sociedade Brasileira de Nefrologia.

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Segundo estimativas da Sociedade Internacional de Nefrologia (ISN, na sigla em inglês), a doença renal crônica afeta aproximadamente 195 milhões de mulheres em todo o mundo, e atualmente é a oitava principal causa de morte entre o sexo feminino, com cerca de 600 mil mortes por ano.

O importante, portanto, é o diagnóstico precoce, que pode ser feito por meio de dois exames. O primeiro é a dosagem da creatinina no sangue. “Ela é um produto do metabolismo dos nossos músculos e, quando o rim não funciona bem, essa creatinina fica acumulada no sangue. Esse é um exame muito simples, que está disponível em qualquer laboratório de análises clínicas”, explica Carmen. O outro exame é o de urina tipo 1, que identifica a presença de sangue ou proteína na urina, o que pode ser um sinal de lesão nos rins.

Em crianças, é menos comum o desenvolvimento de doenças renais, mas é possível. “Nelas, você não vai ter diabete e hipertensão como causa. Geralmente em crianças que nascem prematuras, com baixo peso ou com má-formação. Alguns dos sintomas são o déficit de crescimento, palidez cutânea sugerindo anemia e alterações na urina”, diz a especialista.

O tratamento da doença renal crônica muda de acordo com a gravidade. A ideia, na maioria dos casos, é evitar ou retardar a diálise ou o transplante. “Inicialmente, são indicadas mudanças no estilo de vida, como a diminuição do peso, o fim do tabagismo e do etilismo, a realização de atividades físicas e a manutenção de uma alimentação saudável, que inclui frutas, legumes e menos alimentos ultraprocessados. Quando a pessoa tem hipertensão arterial, ela é medicada para controle disso. Se é diabética, a ideia é que ela tenha o melhor controle possível da doença”, indica Carmen.

Já em estágios mais avançados, a fase 5 da doença renal crônica, o paciente tem uma função renal muito comprometida, então tem de ser encaminhado para um serviço de terapia renal substitutiva, que consiste na diálise ou no transplante de rim.

“A pessoa vai ter de tratar sempre, cuidar da hipertensão, da diabete, do peso, ter atenção para não usar medicamentos que sejam tóxicos para o rim. O acompanhamento deve ser regular, os exames devem ser feitos de tempos em tempos, dependendo do estágio”, finaliza a especialista.