A destituição dos senadores do PMDB Pedro Simon (RS) e Jarbas Vasconcellos (PE) da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) está causando revolta na bancada do partido no Senado. O senador Garibaldi Alves (RN), filiado à a legenda há 39 anos, afirmou hoje que jamais presenciou "tamanha agressão" a dois dos mais ilustres representantes históricos do PMDB.
"Quem está incorrendo nas condenações do Supremo Tribunal Federal (STF) é a direção e a liderança do PMDB, porque estão perseguindo politicamente dois senadores e quebrando a verdadeira doutrina do partido", afirmou Garibaldi Alves, referindo-se à decisão tomada pelo STF, que implantou a fidelidade partidária e definiu que os mandatos dos parlamentares não pertencem a eles, e sim aos partidos pelos quais foram eleitos.
Garibaldi Alves contou ter recebido hoje um telefonema do senador Geraldo Mesquita (PMDB-AC), também indignado com a destituição de Simon e Jarbas, decidida pelo líder do partido no Senado, senador Valdir Raupp (RO). Segundo Garibaldi, o caso exige não apenas uma manifestação pública de solidariedade aos dois senadores, mas também o lançamento de um movimento para trazer o partido "de volta a uma atitude digna e fiel ao seu passado de luta.
O senador disse ainda que a destituição dos dois partidários no mesmo dia em que o plenário do Senado homenageava outra personalidade histórica do partido – o ex-deputado Ulysses Guimarães -, foi um "desacato" à memória do ex-presidente da Câmara e ex-presidente peemedebista.