O projeto Novo Rio Pinheiros, do governo do Estado de São Paulo, para despoluição do rio, não tem a pretensão de deixá-lo propício para banhos ou consumo, mas para retomar a chance de haver vida nele. Foi o que explicou nesta quinta-feira, 26, o presidente da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), Benedito Braga.
“Ninguém está falando de um rio que vai estar disponível para natação, para esportes de contato direto com a água. Ninguém está falando em beber a água do Rio Pinheiros. Estamos falando de um rio que tenha 100% do tempo condições aeróbias. Dessa maneira, ele deixa de cheirar mal”, explicou Braga no evento Rios por um Triz – Despoluição dos Rios Pinheiros e Tietê, promovido pela SOS Mata Atlântica, em São Paulo.
“É o que foi feito em outras partes do mundo. Muitas vezes dão exemplo do Tâmisa (na Inglaterra), do Sena (na França). Eles de fato não cheiram mal, mas não se pode ter contato direto com suas águas.”
Segundo ele, o objetivo principal é fazer com que “o rio tenha utilidade para a população na região metropolitana de São Paulo”. Em vez de tentar a despoluição direta, o foco será dado aos córregos que deságuam no rio, para que não chegue nele a carga poluidora, por meio das estações de recuperação da água do córrego.
O desafio, diz, é tirar 2.800 litros por segundo de esgoto das sub-bacias do Pinheiros para ter, até 2022, um rio que possa ser usado. Foram lançados 14 pacotes de licitação no valor de R$ 1,5 bilhão. “Hoje não existe um lugar em que as pessoas possam parar o carro para visitar o rio. E o projeto vai ter uma série de ideias para a integração rio-cidade”, complementou o subsecretário estadual de Meio Ambiente, Eduardo Trani. “Haverá passarelas sobre o Pinheiros. Com o aumento do calado – da profundidade do rio -, poderia haver navegação turística no Pinheiros”, disse Braga. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.