Desmantelado pela Águas Profundas, Angraporto pode ter desviado R$ 60 mi

A Polícia Federal apurou que a Angraporto, empresa pivô do esquema de fraudes em licitações da Petrobras, desmantelado pela operação Águas Profundas, teria desviado R$ 60 milhões em apenas três contratos auditados. O ganho ilícito, segundo a polícia, foi gerado mediante superfaturamento de preços e recebimento por serviços não realizados e "calçados" (justificados) com notas fiscais frias fornecidas por empresas fantasmas. A PF diz que essas empresas que fornecem as notas são "um verdadeiro laranjal".

Os contratos, orçados em R$ 150 milhões no total, foram para reforma das plataformas P-10, P-14 e P-22, que tiveram as licitações vencidas pela Angraporto de forma fraudulenta, conforme sustenta o relatório da operação. Segundo a PF, as licitações embutiam exigências que só a Angraporto podia atender direcionando assim a contratação.

Como o rombo pode ter sido acima dos R$ 60 milhões, por recomendação da PF e do Ministério Público a Petrobras vai realizar uma ampla auditoria em todos os seus contratos fechados nos últimos anos. A ordem é verificar se houve interferência da Angraporto e outras empresas associadas em quadrilha para fraudar mais licitações. Só neste ano, a Petrobras já investiu R$ 14 bilhões em obras, serviços e compras, segundo dados do Sistema Integrado de Administração Financeira do governo federal (Siafi). Segundo a PF, a estatal, principal financiadora do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), estava apenas aguardando a conclusão da operação Águas Profundas para começar o pente-fino nos contratos.

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