São Paulo
– Sete passaportes, sete carteiras de identidade e uma de habilitação, todos falsos, foram apreendidos por agentes da Polícia Federal, na noite de sexta-feira, no Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, com dois homens de origem libanesa. Os documentos se destinavam a imigrantes ilegais que pretendiam viver no Brasil. Libanês naturalizado brasileiro, Fouad Sami Matar, de 54 anos, estava sendo investigado há três meses por agentes da PF de Foz do Iguaçu, onde residia.Através de denúncia anônima, os policiais foram informados de que ele estaria envolvido num esquema de falsificação e venda de documentos, cada um dos quais vendido por US$ 5 mil. O nervosismo de Fouad e de seu amigo brasileiro, Walid Gomes Zoughid, de 42 anos, quando tomavam café numa lanchonete do aeroporto, chamou a atenção dos agentes, que foram verificar. Os suspeitos, então, saíram apressados, deixando uma sacola plástica na lanchonete. Ao verificar o que continha, descobriram os documentos.
As peças, produzidas em folhas em branco de documentos originais, tinham nomes e as fotos de libaneses, que devem estar aguardando para ingressar e viver ilegalmente no Brasil. Só faltavam as assinaturas. Ao analisar o material, o delegado da Polícia Federal no Aeroporto Internacional de São Paulo, Paulo César de Oliveira, considerou a falsificação bem feita. Para que os passaportes não constassem como inexistentes, eram usadas numerações de cadastros verdadeiros. “Qualquer pessoa, desatenta, poderia ser enganada”, comentou o delegado. Segundo ele, “não havia rasuras e erros de impressão de logotipo. Tudo perfeito.” E explica: “Se alguém tentasse checar o cadastro do passaporte, constaria como legal, mas os números eram de outras pessoas.”
Entre os imigrantes ilegais haveria famílias. Dois dos passaportes eram para crianças – uma de 5 e outra de 8 anos – e um para uma mulher de 32 anos. Fouad iria embarcar para o Líbano, na noite de sexta-feira, para levar os documentos.