Dez pessoas morreram vítimas das chuvas que provocaram deslizamentos, ontem, em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. A primeira vítima foi um menino de 7 anos, que morreu soterrado na Favela São Jorge, na Vila Esperança. Nos dois barracos da Favela do Jardim Silvina, que desabaram por volta das 3h da manhã de ontem, morreram mais nove pessoas. Dos sete corpos resgatados no local, um é de uma mulher e seis são de crianças com até 12 anos de idade. A outra vítima é um rapaz de 25 anos, retirado por moradores da favela ainda na madrugada, mas que morreu no hospital nesta manhã. Um corpo ainda não foi localizado. Na tragédia da Favela Jardim Silvina só uma mulher se salvou.
São Paulo – Na terça-feira, a Grande São Paulo registrou a pior chuva deste ano. O ABC paulista é a área mais castigada. O centro de São Bernardo do Campo ficou debaixo d?água, mas é nas encostas dos morros, onde está a população mais pobre, que estão as áreas de risco e onde ocorreu a tragédia. Embora mais fraca, a chuva continuava a cair sobre a região durante a tarde.
Dois córregos transbordaram na terça-feira, em São Bernardo do Campo, durante o temporal, o Ribeirão dos Couros e o Ribeirão dos Meninos. Segundo a prefeitura, os seis piscinões da região encheram e transbordaram, embora estivessem limpos. As águas dos córregos também invadiram a pista da Via Anchieta, que teve de ficar interditada por cerca de quatro horas, causando congestionamento de mais de cinco quilômetros. Foi a segunda interdição da Anchieta desde dezembro passado, quando o governador Geraldo Alckmin visitou a região e anunciou a construção de mais um piscinão em São Bernardo do Campo. Será o 16.º piscinão construído pelo governo do Estado na região do ABC, desde 1995.
O novo piscinão será feito na Avenida Taboão, para reter a água do Ribeirão dos Couros. Orçado em R$ 18 milhões, o novo piscinão, denominado TC9-Taboão (Tanque de Contenção 9 – Taboão), terá capacidade para receber 400 mil metros cúbicos de água e deverá ficar pronto no início de 2006. As obras devem começar em abril.
Na capital paulista, a água tomou conta de várias ruas. O Centro de Gerenciamento de Emergências registrou 49 pontos de alagamento, pelo menos dez deles intrasitáveis. Mais uma vez, o córrego do Aricanduva, na zona leste, transbordou e a Avenida Aricanduva foi interditada.
