Desastre aéreo já afeta turismo em São Paulo

O maior acidente aéreo brasileiro e as restrições a aviões que serão adotadas no aeroporto de Congonhas deverão trazer dificuldades para empresas de turismo de negócios em São Paulo, prevê o próprio setor. ?Já enfrentamos um baixo astral após o acidente aéreo e também e-mails cancelando ou adiando feiras e eventos internacionais que seriam realizados em São Paulo?, afirma Mauro Scwhartzmann, presidente do Fórum das Agências de Viagens Especializadas em Contas Comerciais (Favecc). O mercado dessas agências movimenta 70% de todas as passagens vendidas no País.

A crise dos aeroportos já refletia negativamente na vinda de turistas estrangeiros para o Brasil, com o agravante da valorização do real frente ao dólar. ?Estimamos uma perda acumulada entre 30% e 40% do movimento de estrangeiros, com feiras internacionais atraindo um número cada vez menor de interessados?, continuou o dirigente da Favecc.

Juan De Veras, presidente no Brasil da Reed Exhibitions, uma das maiores realizadoras de feiras de negócios do País, diz ainda não ter eventos cancelados, mas prevê um impacto da tragédia sobre o setor. ?Cada vez que uma tragédia acontece, sem dúvida há um impacto no desenvolvimento dos negócios. Após o 11 de setembro, por exemplo, houve uma grande taxa de desistência de eventos internacionais?. O primeiro teste deve ocorrer no próximo mês, afirma, quando acontece uma grande feira de foto e imagem.

O clima de insegurança pós-acidente do Airbus também contaminou as empresas multinacionais. Agências de viagens começaram a receber e-mails das companhias solicitando o cancelamento de passagens para funcionários e colaboradores com embarque e conexões em Congonhas.

?Os executivos não deixam de voar, mas os cancelamentos em Congonhas terão efeitos na cadeia do setor do turismo de negócios em São Paulo?,conclui Scwhartzmann.

O Sindicato das Empresas de Turismo do Estado de São Paulo (Sindetur) aponta uma perspectiva de queda de 20%, na procura por viagens em relação ao mesmo período do ano passado, como a registrada em maio. ?O cenário é pessimista e só deve piorar?, disse o presidente da organização, Eduardo do Nascimento.

Em comparação com o primeiro bimestre de 2006, cerca de 93,5 mil turistas deixaram de vir ao Brasil nos dois primeiros meses de 2007. A queda representa 8% em relação a janeiro e fevereiro de 2006, quando 1,2 milhão de pessoas escolheram o país como destino. Os números são da Infraero.

Absorção de prejuízos

O presidente da São Paulo Turismo (SPTuris), Caio Luiz de Carvalho, afirmou que a capital vai absorver os prejuízos acumulados no cenário pós-acidente, principalmente se a redução no número de vôos anunciada para Congonhas devolver a credibilidade e a segurança. ?São Paulo é a capital econômica do País. As pessoas irão chegar aqui de uma outra forma?.

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