Brasília – Cerca de três mil pessoas, a maior parte parentes de pessoas assassinadas, fizeram hoje uma manifestação na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, pedindo a aprovação do Estatuto do Desarmamento. Os manifestantes pediram ainda que não seja retirado do texto a realização de referendo popular, em 2005, para que a população decida sobre a proibição da venda de armas de fogo no País. Pesquisa divulgada pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT) revelou que 74,1% da população é favorável à proibição da venda de armas.

A votação do projeto na Comisão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, que deveria ocorrer hoje, não aconteceu, apesar dos esforços do ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, que chegou a se reunir com líderes da base governista para tentar uma saída política para a votação do estatuto. No entanto, não houve acordo para a votação do ponto mais polêmico, exatamente o artigo que prevê a realização do referendo.

Protesto

“Isso será decidido no voto na CCJ e no plenário”, disse o vice-líder do governo, Renildo Calheiros (PC do B-PE). Ele ainda manifestou preocupação com o embate entre Câmara e Senado em torno do projeto. A maioria dos senadores já deixou claro que brigará para mudar, no Senado, aquilo que for “desfigurado” pelos deputados. É que o Senado já aprovou estatuto com regras mais duras para a concessão do porte e posse de armas.

A manifestação em favor do estatuto começou na Catedral de Brasília e terminou no gramado do Congresso, onde os manifestantes colocaram cruzes de madeira. Vários políticos participaram da passeata. Escolas das redes particular e oficial de ensino dispensaram seus alunos para participar do ato. A jornalista Valéria Velasco, mãe do estudante Marcos Velasco, assassinado em 1994 por uma gangue de rua, foi uma das organizadoras do evento, que teve momentos de emoção.

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