Sorocaba – Derrotados nas eleições do dia 3, prefeitos do interior de São Paulo estão tomando medidas que os munícipes entendem como retaliação pelo resultado das urnas. Demissão de contratados, corte de horas extras, atraso em pagamentos, suspensão de serviços como o transporte de universitários e até supressão no fornecimento de água fazem parte do que o eleitorado define como quadro de “vinganças” dos derrotados. Os prefeitos alegam que estão, agora, preocupados em ajustar as contas à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). O prefeito de Itapetininga, Ricardo Barbará (PSDB), determinou total contenção de gastos até o final do ano. A cidade elegeu seu adversário político, Roberto Ramalho (PMDB). Os ajustes incluem redução do quadro de médicos na rede pública de saúde e o cancelamento de obras. Segundo o prefeito, as medidas são necessárias para que a prefeitura atenda a LRF. Em Iperó, o prefeito Marcos Andrade (PFL), que perdeu a eleição para Marcão da Casquinha (PSDB), mandou suspender o transporte de estudantes secundaristas e universitários para outras cidades da região. O transporte gratuito para alunos carentes vinha sendo dado desde o início do ano. A Prefeitura de Tatuí suspendeu a negociação com cerca de mil funcionários em greve há mais de 60 dias por estarem com os salários atrasados. O prefeito Ademir Borssatto (PTB), derrotado pelo deputado estadual Gonzaga Vieira (PSDB), alega que não tem caixa para colocar os pagamentos em dia. Em Itu, vereadores da oposição acusam o prefeito Carlos Sonsin Pinheiro (PSDB) de estar “escondendo” nos reservatórios, a água que abastece a população, por motivo político. A candidata que apoiava, Maria do Carmo Piunti (PSDB), foi derrotada nas urnas por Herculano Júnior (PV) e essa seria uma forma de castigar os eleitores.

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