O deputado Ciro Gomes (PSB-CE) ao analisar a derrota da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) no Senado, disse que "foi um tiro que passou raspando ao coração do governo". Afirmou que "a coalizão PSDB/DEM promoveu o ato mais irresponsável dos últimos anos. Esse ato de irresponsabilidade vem em cima de uma situação em que a classe média brasileira tem toda a razão de se queixar da arrecadação de impostos, porque ela paga dobrado para viver. Ela paga imposto, não tem como se evadir, não tem nada praticamente em troca do Estado". Ciro passou por São Paulo a caminho de São José dos Campos, no Vale do Paraíba, para participar de uma solenidade de formatura no ITA.
Ele criticou a ineficiência do Estado para os mínimos padrões de necessidade da classe média. "Agora é olhar para ver se o País suporta isto. A grande questão é: o País tem superávit nominal? Se tem superávit nominal, pode decidir incrementar investimentos o gasto corrente ou reduzir receita, que é uma opção que você tem, e que a sociedade discute isto. O País tem déficit nominal, e tem uma recente iminência de colapso do crédito público. A coalizão PSDB/DEM deu esse tiro no País", disse.
Na opinião de Ciro Gomes, o erro do governo foi na Câmara, quando o projeto de prorrogação ficou por mais três meses sem relator. Disse que foi ao Palácio "alertar sobre isto. Agora não adianta derramar sobre o leite derramado. O maior erro foi esse". E arrematou: "lamentavelmente, quem vai pagar o pepino de novo é o presidente Lula, ele vai entregar o País ajustado, ele tem três anos para administrar esta contradição. Ou o País arrebenta ou ele acha o ajuste com graves e penosos sacrifícios".