Deputados ganham R$ 12 mil sem trabalhar

Exatos 486 deputados terão disponíveis nas contas bancárias, amanhã, a verba extra de R$ 12.800,00 referentes à primeira parcela da convocação extraordinária do Congresso. À exceção dos 27 deputados que comunicaram à direção-geral a intenção de abrir mão do salário extra, antes de a ordem de pagamento ter sido enviada ao banco, todos receberão os R$ 9.300,00 líquidos, descontados os pagamentos do Imposto de Renda (IR) e da Previdência Social.

Embora só a Comissão Mista de Orçamento e a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios funcionem esta semana e a maioria dos parlamentares esteja em recesso branco, todos terão direito à remuneração. Mas o primeiro depósito em favor de 79 senadores, uma vez que quatro deles avisaram que não aceitam a convocação remunerada, deverá ser feito apenas no dia 12. A direção-geral do Senado mandou avisar que não tem recursos disponíveis para bancar o pagamento agora.

Até as 18h de ontem, a lista dos que se recusam a receber o dinheiro da convocação totalizava 40 parlamentares. Além dos quatro senadores e dos 19 deputados que oficializaram a recusa em tempo de evitar a ordem de pagamento, oito apontaram entidades beneficentes em favor das quais a Câmara deveria fazer o depósito e outros nove manifestaram desejo de recusar ou doar o dinheiro, porém atrasados.

Foi o caso dos deputados Raul Jungmann (PPS-PE), que quer doar o dinheiro para as entidades Em Cena, Arte e Cidadania e Casa da Pesagem, e Eduardo Sciarra (PFL-PR), que indicou a Associação de Pais e Amigos do Recanto da Criança para receber os R$ 9.300,00. Mas Jungmann e Sciarra é que terão de providenciar a transferência desses recursos, uma vez que a ordem de pagamento foi feita terça-feira. A demora da liberação do dinheiro na conta do parlamentar decorre da burocracia do poder público, que obriga o registro do pagamento pelo Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siaf).

A relação dos atrasados que receberão o dinheiro à revelia inclui também o presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer (SP), além dos deputados Luciana Genro (Psol-RS), Zico Bronzeado (PT-AC), Denise Frossard (PPS-RJ), Zequinha Sarney (MA), Vadão Gomes (PP-SP) e Júlio Semeghini (PSDB-SP). A eles, restarão duas alternativas: devolver a quantia, depositando a verba extra na conta única da Câmara, ou providenciar eles mesmos a doação.

A segunda parcela da convocação, de valor idêntico, será paga ao fim dos trabalhos extraordinários, em 14 de fevereiro. Até lá, quem não protestar terá recebido nada menos do que R$ 76.800,00 brutos em apenas três meses. A quantia equivale a seis salários, contabilizadas a convocação e os pagamentos regulares mensais de dezembro, janeiro e fevereiro, além do 13.º salário.

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