Porto Velho (AE) – Se depender do Tribunal Regional Eleitoral de Rondônia (TRE-RO), os deputados estaduais apontados pela Polícia Federal e o Ministério Público como envolvidos em fraudes na Assembléia Legislativa de Porto Velho poderão ser reeleitos. Segundo a assessoria de imprensa do TRE-RO, é inconstitucional obrigar o candidato a provar sua inocência como condição para aprovar a candidatura.
No entendimento do tribunal, um processo criminal só é justificativa para cassar um candidato caso esteja completamente encerrado – o chamado ?trânsito em julgado?. Dos 24 deputados estaduais de Rondônia, 23 são acusados de participar do esquema de ?folha paralela?. Através de intermediários, eles recebiam o dinheiro do salário de falsos funcionários registrados na Assembléia ou pagavam fantasmas, que incluíam de cabos eleitorais a jornalistas.
Apenas os deputados Emílio Paulista e João da Muleta não concorrem nessas eleições. A maioria dos parlamentares acusados de fraudes optou novamente por tentar a vaga de deputado estadual. Amarildo de Almeida (PDT/RO) é o único que concorre à Câmara Federal.
Mesmo o presidente da Assembléia, atualmente preso em Brasília, apresentou-se como candidato a deputado estadual. Na página do TSE na internet, a candidatura dele é considerada ?indeferida com recurso?. Todos os principais candidatos ao governo do estado têm, nas coligações que os sustentam, o apoio de pelo menos um desses deputados. Vários mudaram de partido.O PT expulsou dois e suspendeu um parlamentar. Nerí Firigolo, único deputado não acusado por corrupção, pertence à legenda petista.
Os deputados estaduais de Rondônia suspeitos de corrupção são os seguintes: Carlão de Oliveira (PL), Ellen Ruth (PP), Amarildo de Almeida (PDT), Beto do Trento (PSDB), Chico Doido (PSB), Chico Paraíba (PMDB), Daniel Neri (PMDB), Dr. Carlos Henrique (PDT), Dr. Deusdete (PDT), Edison Gazoni (PDT), Edézio Martelli (PTN), Emílio Paulista (PPS), Everton Leoni (PSDB), Haroldo Santos (PTB), João da Muleta (PMDB), Kaká Mendonça (PTB), Leudo Buriti (PTB), Marcos Donadon (PMDB), Maurão de Carvalho (PP), Nereu Klosinski (PT), Paulo Moraes (PL), Renato Velloso (PPS) e Ronilton Capixaba (PL).