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Foto: Agência Câmara

Mão Branca: pelo direito de usar chapéu no plenário.

Brasília – O deputado Edigar Mão Branca (PV-BA) impetrou na sexta-feira no Supremo Tribunal Federal (STF) mandado de segurança preventivo contra possível proibição do uso de chapéu nas dependências da Câmara dos Deputados. O presidente da Casa, Arlindo Chinaglia, no entanto, não acredita que o Supremo vá se pronunciar sobre o pedido. ?Creio que esse é um assunto rigorosamente menor, e creio que o Supremo não vai se posicionar, dado que não é matéria constitucional?, afirmou Chinaglia.

O presidente da Câmara disse ainda que ?isso eventualmente abre um precedente, e nós sabemos que muitas vezes, na busca da notoriedade, alguém pode dar declaração bombástica, alguém pode ter atitudes que não são necessariamente aquelas que qualificam cada um pelas suas idéias?, explicou o parlamentar.

Na semana passada, a Mesa Diretora da Câmara decidiu elaborar ato para disciplinar a vestimenta dos parlamentares no plenário. A medida tem por objetivo impedir o uso de chapéu nas sessões plenárias da Casa. Com a norma, o deputado Mão Branca ficará impedido de usar seu chapéu de couro, tipo vaqueiro, durante as sessões. O deputado Mão Branca assumiu o mandato no lugar do deputado Geddel Vieira Lima, que se licenciou para ocupar o Ministério da Integração Nacional.

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A discussão sobre o chapéu de Mão Branca chamou a atenção da opinião pública, pelo inusitado. O deputado baiano provocou uma polêmica, recebeu cerca de 200 mensagens eletrônicas, provocou opiniões sobre etiqueta e também atraiu críticas abertas de parlamentares. Se os deputados que integram a Mesa da Câmara acham estranhos os hábitos de Mão Branca, dezenas de eleitores baianos manifestaram-se favoráveis ao deputado, cantor de forró que recebeu 23,4 mil votos nas últimas eleições. O deputado e estilista Clodovil Hernandes (PTC-SP) deu seu parecer: ?Um homem bem educado não usa chapéu em ambiente coberto?, sentenciou. Por outro motivo, alegando o ritual do cargo, o deputado Sílvio Costa (PMN-PE) condenou Mão Branca. ?Aqui não é lugar de vaqueiro. É de parlamentar. Existe a liturgia do parlamento. Aqui não cabe esse traje?, afirmou Costa.