O presidente da CPI da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro que investigou a venda da Varig para a Gol, deputado estadual Paulo Ramos (PDT-RJ), sugeriu hoje que a CPI da Crise Aérea, na Câmara dos Deputados, quebre os sigilos bancário, fiscal e telefônico dos sócios da Volo do Brasil. A empresa arrematou a Varig em leilão em julho de 2006 e depois a revendeu para a Gol em março deste ano.
Segundo a Agência Câmara, Ramos alegou ser fundamental para a investigação da venda quebrar esses sigilos. Ele lembrou que a CPI do Rio aprovou a medida, mas os investigados conseguiram no Tribunal de Justiça do Estado uma liminar contra a quebra. O deputados relatou ainda que a Volo comprou a Varig por 20 milhões de dólares (nos valores de hoje, cerca de R$ 38 milhões) e a revendeu por US$ 320 milhões (mais de R$ 600 milhões). "Os sócios da Volo podem ser vistos como laranjas. Entraram em sociedade com recursos de origem duvidosa, participaram do leilão e depois venderam a empresa por um preço bem superior", afirmou na CPI da Crise Aérea.
Na opinião do parlamentar fluminense, a venda Varig configurou-se como um crime de lesa-pátria. Para ele, o que houve foi uma manipulação para que a empresa fosse aniquilada, o que teria contado até com a participação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). "Acreditamos que haveria uma recuperação judicial e o que houve foi a estruturação de uma nova empresa que se apropriou do nome da Varig.
Na reunião, Paulo Ramos disse que o fim da Varig criou uma deficiência na malha aérea brasileira, o que pode ter sido uma das causas do caos aéreo. O deputado lembrou ainda que os trabalhadores da Varig enfrentam resistências para ter reconhecidos seus direitos. As informações são da Agência Câmara.