A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Escutas Telefônicas Clandestinas pode ser prorrogada por mais 120 dias a partir do dia 5 de setembro, data prevista para o seu encerramento. O presidente da comissão, deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), apresentou pedido de ampliação do prazo da CPI ao presidente da Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP). A solicitação deverá ser votado na próxima quarta-feira (20) pelo Plenário da Casa.
Itagiba argumenta que é preciso mais tempo para analisar o material que ainda não está em poder da CPI, como cópias dos inquéritos das operações Chacal e Satiagraha, da Polícia Federal e dados das interceptações telefônicas a serem entregues pelas operadoras de telefonia. O parlamentar alega também que é necessário maior prazo para tomar novos depoimentos.
A CPI das Escutas Telefônicas Clandestinas foi criada para trabalhar durante 120 dias, mas já teve seus trabalhos prorrogados por duas vezes. A primeira vez foi por mais 60 dias, e a segunda por mais 30 dias. Agora, Itagiba quer a prorrogação por mais 120 dias. Se o pedido for aprovado, os trabalhos da CPI vão até janeiro do ano que vem.
A comissão já marcou para quarta-feira (20) da próxima semana, s 14h30m, audiência pública com a presença do diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Paulo Lacerda, e com o delegado da Polícia Federal Marcílio Zocrato. No mesmo dia, a CPI toma o depoimento do delegado Alessando Moretti.
Também na quarta-feira estão previstas as votações de diversos requerimentos. Entre eles, estão os que pedem a quebra do sigilo da operação Chacal e Satiagraha e os que propõem a convocação para depoimento do chefe de gabinete do presidente Lula, Gilberto Carvalho, do ex-ministro Luiz Gushiken, do ex-deputado Luiz Eduardo Greenhalgh e do investidor Naji Nahas, além de André Lara Rezende, Pérsio Arida e Luiz Carlos Mendonça de Barros, que trabalharam no governo Fernando Henrique Cardoso.